O ex-presidente Jair Bolsonaro e seu filho 03, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), foram indiciados pela Polícia Federal nesta quarta-feira, 20, na investigação sobre a trama bolsonarista junto ao governo de Donald Trump para articular sanções contra o Brasil e autoridades brasileiras.
Segundo os investigadores, os dois incorreram nos crimes de obstrução à Justiça, coação no curso do processo e atentado ao Estado Democrático de Direito ao atuarem diretamente nos ataques das últimas semanas que, segundo a apuração, têm como alvo o julgamento no STF dos processos da tentativa de golpe.
Áudios recuperados pela PF nos telefones celulares apreendidos nas últimas buscas que tiveram Jair Bolsonaro como alvo relevam os bastidores das ações do ex-presidente, coordenadas com a atuação de Eduardo junto à Casa Branca, em Washington.
Em paralelo, como parte da mesma investigação, o pastor evangélico Silas Malafaia, um dos principais aliados do ex-presidente, foi alvo de uma operação de busca e apreensão ao desembarcar no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, vindo de Portugal. A ordem foi expedida pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).
Moraes autorizou a quebra de sigilo de dados do pastor e a análise do telefone dele no mesmo dia pelos policiais. Malafaia também teve seu passaporte bloqueado. O nome do pastor foi incluído nas investigações depois de entrevistas nas quais ele desafiou Moraes.
Esse caso tende a virar mais uma ação penal contra Jair Bolsonaro – agora, na companhia de Eduardo e, possivelmente, de Malafaia e de outros aliados. O resultado das investigações da PF segue para a Procuradoria-Geral da República, que pode denunciá-los mais uma vez ao STF.