Bancos estão preocupados com a resolução do Conselho Curador do FGTS (CCFGTS) que impôs alterações na antecipação do saque-aniversário. Avalia-se que as novas medidas podem tornar inviável a linha de crédito, usada hoje por mais de 26 milhões de trabalhadores.
As mudanças impõem carência de 90 dias entre a adesão ao saque-aniversário e a contratação da antecipação, limitam a operação a cinco anos — reduzindo para três a partir de novembro de 2026 —, fixam valores entre R$ 100 e R$ 500 por parcela anual e restringem a operação a uma única contratação por trabalhador, mesmo com saldo remanescente.
A Associação Brasileira de Bancos (ABBC) avalia que as medidas “podem impedir o trabalhador de exercer seu direito, previsto em lei, de realizar a antecipação do saque-aniversário”.
O setor estima que cerca de 80% dos clientes que utilizam a modalidade podem ser afetados. Na prática, conforme a ABBC, 20 milhões de pessoas perderiam o acesso ao crédito, boa parte delas com o nome negativado. A linha de antecipação do FGTS cobra juros de até 1,79% ao mês.
Outro ponto de preocupação do setor é que aproximadamente 10 milhões de beneficiários não têm vínculo formal de trabalho, o que os impede de contratar crédito consignado privado. A ABBC calcula que, entre janeiro e setembro de 2025, foram liberados em média R$ 2,7 bilhões por mês nessa modalidade.