Aliados próximos de Jair Bolsonaro não admitem publicamente que o ex-presidente não será candidato à Presidência em 2026, mas, nos bastidores, fazem conjecturas sobre como seriam os desdobramentos de uma candidatura de Tarcísio de Freitas no lugar do ex-chefe.
Uma das principais consequências de uma entrada de Tarcísio no jogo nacional seria, evidentemente, a sucessão dele em São Paulo. Nesse ponto, os bolsonaristas já estão atentos aos movimentos de Ricardo Nunes. Como mostrou a coluna, o prefeito paulistano tem se mostrado animado a entrar na disputa pelo Palácio dos Bandeirantes caso Tarcísio não concorra.
No entorno de Bolsonaro, não se quer nem ouvir falar de um déjà vu da eleição paulistana de 2024 e a ideia é ter um candidato puro-sangue-bolsonarista no páreo. Na eleição do ano passado, Bolsonaro abriu mão de uma candidatura totalmente alinhada a ele em São Paulo e apoiou, muito timidamente e até a contragosto, a reeleição de Nunes.
Bolsonaristas dizem ser clara a diferença entre 2024 e 2026. No ano passado, Nunes estava na cadeira, tinha “direito” de pleitear a reeleição, recebeu apoio firme de Tarcísio e um vice bolsonarista, Ricardo Mello Araújo. Para 2026, é o contrário: avalia-se que caberá ao grupo mais próximo de Bolsonaro, com a força do eleitorado conservador do interior, a tentativa de manter o governo paulista nas mãos da direita.
Nesse campo, um dos nomes cogitados atualmente é o do secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, do PL. Caso Tarcísio renuncie em abril para concorrer ao Planalto, o vice-governador, Felício Ramuth, do PSD, assumirá o governo, posição em que poderá tentar construir uma candidatura mais ao centro. Pablo Marçal, que já teve a inelegibilidade declarada na Justiça Eleitoral, também é ventilado como candidato.