O governo Lula vai mandar ao menos dois representantes para a reunião que a Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) chamou para debater casos de racismo. O encontro será nesta quinta-feira, 27, no Paraguai, e vai reunir governos e federações de futebol filiadas à Conmebol.
Estarão na reunião Luiz Felipe Jesus de Barros, chefe de gabinete da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, e Washington Stecanela Cerqueira, ex-jogador de Fluminense, São Paulo e Athletico Paranaense que preside a Autoridade Pública de Governança do Futebol (APFUT), vinculada ao Ministério do Esporte.
O encontro na Conmebol foi chamado depois de mais um dos frequentes atos de racismo sofridos por brasileiros em torneios organizados pela confederação. No começo de março, durante uma partida da Copa Libertadores Sub-20, no Paraguai, o atacante Luighi, do Palmeiras, foi alvo de gritos racistas de torcedores do Cerro Porteño. O atleta brasileiro se revoltou e chorou em entrevista após a partida.
Poucos dias depois, no entanto, ao comentar sobre uma possível saída dos clubes brasileiros da Libertadores e da Conmebol, como cogitou a presidente do Palmeiras, Leila Pereira, o presidente da confederação, Alejandro Dominguez, deu outra declaração racista: “Seria como o Tarzan sem a Chita, impossível”. Chita é a macaca do filme. O governo brasileiro repudiou a fala de Domínguez, assim como clubes brasileiros.
Nessa terça-feira, na partida entre Argentina e Brasil no estádio Monumental, em Buenos Aires, um torcedor argentino foi flagrado fazendo gestos racistas na direção de brasileiros.