Último tucano à frente do comando do estado de São Paulo, o empresário João Doria lamentou a situação atual do PSDB. A saída de Raquel Lyra, governadora do Pernambuco, para o PSD, e as negociações de Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul, também com o partido de Gilberto Kassab, deixaram a situação da tradicional sigla ainda mais incerta. Podemos, Republicanos e o próprio PSD negociam com lideranças do PSDB sobre uma (cada vez mais provável) fusão.

Diante do cenário de extinção no horizonte, Doria pediu que as pessoas não se esqueçam do partido do qual foi filiado por mais de 20 anos.

"O PSDB de uma grande contribuição à democracia e à qualidade dos governos no Brasil, especialmente em São Paulo, onde tivemos grandes governadores, como André Franco Montoro, Mário Covas, José Serra, Geraldo Alckmin e, modéstia à parte, eu também fui um grande governador", afirmou ele, em entrevista à coluna.

"A nível federal, tivemos Fernando Henrique Cardoso, presidente reeleito. Fez dois mandatos corretos, limpos, honestos e transformadores para a vida do país."

"Esses nomes não podem ser esquecidos e nem qualificados como desaparecidos, se alguma circunstância provocar o PSDB dentro de uma linha de extinção ou de incorporação. Vejo com tristeza essa situação."

Afastado da política, Doria disse que não mantém diálogo com algumas lideranças tucanas, como José Aníbal. O único tucano com quem Doria ainda tem uma relação de amizade, confessa ele, é Bruno Araújo, ex-presidente nacional da legenda.

"Mantenho uma relação de amizade com ele, mas nossas conversas são muito mais sobre o futuro do Brasil e a economia do que propriamente sobre questões partidárias, tanto que não tenho contribuições a dar. Eu estou fora da política."