O julgamento da denúncia contra o segundo núcleo da trama golpista será mais curto e vai arrebanhar plateia menor e com menos autoridades em relação à análise da primeira fatia da denúncia, que incluía o presidente Jair Bolsonaro. A Primeira Turma do STF agendou sessões nesta terça-feira, 22, e no dia seguinte para o julgamento, mas a tendência é que ele se encerre no primeiro dia.

Nas sessões de março que resultaram na transformação do ex-presidente e mais sete pessoas em réus, parlamentares e aliados de Bolsonaro, além dele mesmo, compareceram ao STF. Como nem todos tinham se cadastrado previamente, houve tumulto no local.

Nesta terça-feira, não devem comparecer parlamentares ou aliados de Bolsonaro. As cadeiras devem ser destinadas apenas aos advogados dos acusados e à imprensa.

O único acusado que obteve permissão para comparecer ao STF nesta terça-feira é Filipe Martins, ex-assessor de Assuntos Internacionais do governo Bolsonaro. No entanto, ele está impedido de participar deliberadamente de filmagens durante o julgamento. Também não poderá circular por Brasília livremente ao longo da semana.

O advogado de Martins, o ex-desembargador Sebastião Coelho, foi barrado na sessão de março porque não tinha feito cadastro prévio no tribunal. Gritou “arbitrários” na porta da Primeira Turma quando a sessão já estava em andamento. Chegou a ser detido por desacato, mas foi liberado em seguida.

No julgamento do segundo núcleo da denúncia, o primeiro a se manifestar na sessão será Moraes, com um resumo desse trecho da denúncia. Em seguida, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, fará sustentação oral. Depois dele, os advogados dos seis acusados terão direito de se defender no plenário da Primeira Turma.

O colegiado, composto de cinco ministros, deve receber o trecho da denúncia e abrir mais uma ação penal contra acusados de tramarem um golpe de Estado. Além de Martins, também devem ser transformados em réus o general da reserva do Exército Mário Fernandes, o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal Silvinei Vasques, os delegados da Polícia Federal Fernando de Sousa Oliveira e Marília Ferreira de Alencar e o coronel da reserva do Exército e ex-assessor da Presidência da República Marcelo Costa Câmara.