Alvo de uma megaoperação da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU) contra um suposto esquema bilionário de descontos indevidos em aposentadorias e pensões, deflagrada nesta quarta-feira, 23, o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) se tornou um foco frequente de constrangimentos e problemas para o governo Lula desde meados de 2023.
A Operação Sem Desconto, como a ação da PF foi batizada, levou ao afastamento do cargo do atual presidente do órgão, Alessandro Stefanutto (à esquerda na foto acima), por decisão da Justiça Federal. Além de Stefanutto, outros quatro dirigentes do INSS foram alvos da mesma medida.
Os investigadores cumpriram mandados de busca e apreensão na sede do órgão em Brasília. A Sem Desconto apura supostas fraudes de R$ 6,3 bilhões nos descontos associativos indevidos por entidades investigadas, entre 2019 e 2024.
Sob suspeita, Alessandro Stefanutto é servidor público de carreira e chegou ao comando do INSS em julho de 2023, depois do primeiro episódio de desgaste ao governo Lula no órgão: uma suposta farra com passagens aéreas e diárias custeadas com dinheiro público que derrubou o antecessor dele, Glauco Wamburg. O agora presidente afastado do INSS era diretor de Finanças e Logística na gestão de Wamburg.
Tanto Alessandro Stefanutto quanto Glauco Wamburg foram indicados ao comando do INSS pelo ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, presidente do PDT (à direita na foto). O ministério comandado por Lupi tem no órgão responsável pelas aposentadorias uma posição de absoluta importância.
Stefanutto é filiado ao PSB, partido do vice-presidente, Geraldo Alckmin, mas dirigentes da sigla dizem não terem sido consultados sobre a indicação dele ao posto.