Não está sendo fácil a vida da bancada do governo, que tenta preservar o mandato do deputado Glauber Braga, do PSol do Rio. Enquanto aliados faziam uma ação coordenada para atrasar o julgamento do processo de cassação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) nesta quinta-feira, 24, Glauber usou seu tempo de defesa para atacar seu maior e mais poderoso adversário, o ex-presidente da Câmara Arthur Lira, a quem chamou de “sujeito oculto” da tentativa de cassação.
Desde que o processo está em andamento, Glauber Braga é aconselhado por amigos do Parlamento a baixar o tom dos ataques a Lira. Mas são apelos em vão. Ao dizer que o ex-presidente da Câmara usou o processo de cassação para tentar silenciá-lo nas denúncias que fez sobre o orçamento secreto, Glauber disparou:
“Ele usa essa tática com jornalistas, com sua ex-esposa, com apresentadores. Comigo não vai funcionar. Não vai funcionar. Se Arthur Lira quiser me ver calado, vai ter que me matar porque não vou deixar de dizer aquilo que tenho de dizer”.
Depois de ter seu pedido de cassação aprovado pelo Conselho de Ética da Câmara, Glauber recorreu à CCJ pedindo a anulação e alegando cerceamento do direito de defesa. O relator do julgamento, o deputado Alex Manente, votou contra o pedido do psolista. E os parlamentares ligados a Glauber pediram vistas adiando o julgamento até a próxima semana.
O deputado já deixou claro aos colegas que não vai desistir de sua linha de atuação. “Não posso pedir desculpas. Pedir desculpas sem considerar que errei é uma agressão maior que a perda do mandato”, disse ele.