A pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira, 30, mostra como a percepção da segurança pública é também movida, em boa parte, pela polarização política. Para 47% do eleitorado, a violência aumentou em sua cidade nos últimos 12 meses. Mas, olhando com lupa para esse público, há uma diferença importante: a violência aumentou para 38% dos que aprovam Lula e 54% para os que o desaprovam.
Quando questionados se conhecem muitas pessoas que foram assaltadas nesses 12 meses, 17% dos eleitores de Jair Bolsonaro dizem que sim, enquanto esse índice é de 12% entre os eleitores de Lula. Entre os que conhecem “algumas pessoas” que foram assaltadas, o quadro é 16% para eleitores de Lula e 24% para os de Bolsonaro.
Essa discrepância vai crescendo e fica maior entre os que não conhecem ninguém que tenha sido assaltado nos últimos 12 meses. Nessa faixa, são 64% dos eleitores de Lula e 48% entre os de Bolsonaro.
Os números mostram que a percepção da violência pode ser maior do que a insegurança real. Embora 58% dos eleitores tenham dito que não conhecem ninguém que tenha sido assaltado nos últimos 12 meses, 47% dizem ter sentido que a violência aumentou. Onde estão esses casos?
Outros números da realidade tornam essa distância ainda mais impressionante. A taxa de homicídios dos dois primeiros anos do governo Lula foram menores do que dos quatro anos do governo Bolsonaro. Em 2024, foram assassinadas em todo o país 38.772 pessoas. Em 2023, foram 40.768. Em 2022, último ano do governo Bolsonaro, haviam sido 42.229. Em todos os anos, os números foram compilados pelo Ministério da Justiça, a partir dos dados estaduais.
A responsabilização pelos problemas de segurança pública também muda de acordo com o eleitorado, mas a grande maioria atribui a questão a um problema nacional. Para 67% dos eleitores de Lula, o problema é federal. Esse número sobe para 74% entre os bolsonaristas.
A pesquisa Genial/Quaest foi feita entre 27 e 31 de março, com 2004 pessoas de 120 municípios. O nível de confiança é de 95%.