Uma lista de pesos-pesados da política e ex-ministros do governo Bolsonaro faz fila esta semana no Supremo Tribunal Federal para prestar depoimento na Ação Penal 2668, que trata da tentativa de golpe de Estado na última transição de governo. No total, 51 pessoas comparecem ao STF como testemunhas do general Augusto Heleno, do ex-ministro da Justiça Anderson Torres e do ex-presidente Jair Bolsonaro, réus do núcleo 1 da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR).

Pela estatura dos personagens, a tensão política se desloca do Congresso para o Supremo. Na sexta-feira, 30, por exemplo, o ministro Alexandre de Moraes ouve o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, o presidente o PP, senador Ciro Nogueira (PI), o senador Esperidião Amin (PP-SC), e o ex-ministro do Turismo Gilson Machado. Antes, na segunda-feira, entre os escalados para depor está o ex-ministro da Saúde Marcelo Queiroga; e na quinta-feira, o ex-ministro da Economia Paulo Guedes.

Autoridades experientes, as testemunhas tendem a manter no tribunal uma postura de enfrentamento às acusações contra o grupo de Bolsonaro. Aliados e ex-ministros do ex-presidente, os depoentes tentarão desconstruir as denúncias da PGR. Esses embates certamente vão abastecer o noticiário político da semana.

Se repetir o clima da sexta-feira, 23, a temperatura será alta. Ex-ministro da Defesa e de outras pastas nos governos Lula e Dilma, Aldo Rebelo foi ameaçado de prisão por Moraes por emitir opiniões fora do conteúdo específico das perguntas. Esse episódio aumentou as expectativas para os depoimentos desta semana.

Oposição se movimenta contra aumento do IOF
Os líderes da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), e na Câmara, Luciano Zucco (PL-RS), vão tentar barrar o aumento do IOF determinado na semana passada pela equipe econômica. Os dois protocolaram projetos de decreto legislativo com o objetivo de suspender as medidas relativas ao Imposto sobre Operações Financeiras.

Sobre esse assunto, o ponto alto de discussão no Congresso deve ser o depoimento do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara na quarta-feira, 28. Galípolo vai tratar de outros assuntos do BC, mas terá certamente de dar explicações sobre as mudanças no IOF.

Congresso tem agenda cheia com a presença de ministros
Além de Galípolo, o Congresso tem previsto na última semana de maio o comparecimento de ministros em diferentes comissões para prestar esclarecimentos sobre suas pastas. Na terça-feira, Marina Silva (Meio Ambiente) estará na Comissão de Serviços de Infraestrutura do Senado e os principais assuntos serão a Lei do Licenciamento Ambiental aprovada pelo Senado na semana passada, e a Margem Equatorial.

Também na terça-feira, a Comissão de Minas e Energia da Câmara recebe Rui Costa (Casa Civil) e Alexandre Silveira (Minas e Energia), que vão falar sobre a Medida Provisória do setor elétrico e Angra III. Carlos Fávaro, no mesmo dia, estará na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado para falar sobre a gripe aviária.

Atenção para os números da inflação, emprego e PIB
Na economia, as atenções se voltam para a divulgação dos dados relativos a inflação, emprego e PIB pelo governo. Os números são importantes para medir o desempenho do governo e, também, para fornecer parâmetros a serem observados pelo Banco Central na definição dos juros.

A prévia da inflação de maio (IPCA-15) sai na terça-feira, 27; o emprego formal (Caged) será divulgado na quarta e, o desemprego geral, medido pelo IBGE, na quinta. Na sexta, o IBGE solta os dados sobre o PIB do primeiro trimestre.