A disposição para o diálogo demonstrada pelos presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), desafogou um pouco o governo das pressões sofridas por causa do aumento do IOF. A semana foi de negociações em torno de um pacote de medidas para substituir pelo menos parte do decreto que elevou o imposto. Falta, porém, o mais difícil: escolher os setores que vão perder com as novas mudanças.
A grita virá depois do anúncio, previsto para o próximo domingo, 8, data em que o ministro Fernando Haddad (Fazenda), Motta e Alcolumbre pretendem fazer uma reunião com os líderes dos partidos para apresentar as alternativas. As propostas debatidas nos últimos dias incluem desvinculação de receitas da saúde e da educação, freio nos repasses da União ao Fundeb e aumento da taxação das bets.
O avanço do pacote vai depender da capacidade do governo, de Motta e de Alcolumbre de formar consensos para aprovar PECs, medidas provisórias e projetos de lei. Pelo que foi acertado até esta sexta-feira, 6, as mudanças devem permitir ao governo fechar as contas de 2025, mas também criar condições para o equilíbrio fiscal nos próximos anos.
Pesquisa Quaest: crescem as dificuldades para reeleição de Lula
Os números da pesquisa Quaest divulgados na quinta-feira, 5, mostram o aumento das dificuldades para Lula se eleger para mais um mandato no Palácio do Planalto. Segundo o levantamento, em um hipotético segundo turno, o presidente estaria em empate técnico com Tarcísio de Freitas, Ratinho Jr., Michelle Bolsonaro, Eduardo Leite e Jair Bolsonaro, que se encontra inelegível.
Dentro da margem de erro, o petista oscilou negativamente em todos os cenários, desempenho contrário ao dos adversários, que tiveram ligeira melhora. Contra Lula e contra o governo, pesaram na pesquisa as denúncias de fraude no INSS.
Lula tem pouco mais do que 15 meses para reverter a tendência de queda. Em relação aos adversários, ele tem a vantagem de ser o único candidato do lado governista e, com isso, tem presença praticamente certa no segundo turno. Do lado da oposição, a quantidade de nomes empatados com o presidente acirra a disputa entre os interessados. Falta, sobretudo, saber quem terá o apoio de Jair Bolsonaro. Sem o amparo do ex-presidente, nem todos se disporão a disputar o Planalto.
Na lista da Interpol, Zambelli terá um futuro solitário e penoso
A Interpol aceitou o pedido da Polícia Federal, por decisão do STF, de incluir a deputada Carla Zambelli (PL-SP) na lista de difusão vermelha. Com isso, a parlamentar pode ser presa a qualquer momento.
Zambelli gravou vídeo e concedeu entrevistas fora do Brasil para anunciar que pretendia fazer tratamento de saúde no exterior. Quando deu as declarações, a deputada aparentemente estava nos Estados Unidos, mas deu pistas de que pretendia ir para a Europa. Ela disse também que era perseguida pela Justiça brasileira e que, por ter cidadania italiana, seria “intocável” no país europeu.
Por causa da saída de Zambelli do Brasil, o STF aceitou solicitação da PGR para determinar sua prisão preventiva. Condenada a dez anos de cadeia por invasão do sistema do CNJ, ela também deve perder o mandato na Câmara.
Qualquer que seja o desfecho, esse episódio é mais um capítulo da vertiginosa decadência de Zambelli, uma política que apareceu junto com a ascensão da família Bolsonaro. Agora em apuros, ela não conta com o apoio, pelo menos público, do ex-presidente. O futuro da deputada será solitário e penoso.
Vitória do agronegócio: o Brasil está livre da febre aftosa sem vacinação
O presidente Lula e o ministro Carlos Fávaro (Agricultura) receberam nesta sexta-feira, 6, em Paris, na França, um certificado que reconhece o Brasil com um país livre da febre aftosa sem vacinação. Essa é uma vitória do agronegócio brasileiro. A partir do reconhecimento, abrem-se mais portas no mercado mundial de proteínas.
Para a Abrafrigo (Associação Brasileira de Frigoríficos), o recebimento do certificado representa um “momento histórico” para a cadeia industrial da carne bovina.