Num país onde ocorrem em média dez estupros por hora e a violência sexual tem escalado ano a ano, cerca de 100 mil amostras de DNA desses crimes estão na fila para análise sem previsão de quando serão processadas.
Mas esse número deve ser ainda maior. Segundo o Ministério da Justiça, os dados de 2024 ainda não foram concluídos, pois faltam informações regionais. Já se vai quase metade do ano de 2025, mas cinco estados ainda não concluíram seus levantamentos do ano passado.
Para se ter uma ideia dessa fila crescente, em 2023, foram recebidos 24.777 exames de crimes sexuais. No ano anterior, esse número foi ainda maior: 29.354. Segundo o ministério, os casos de violência sexual correspondem a 42% dos vestígios biológicos de genética forense para o banco nacional de dados genéticos.
O processamento dos dados é de responsabilidade estadual. Questionado sobre o que o governo faz para reduzir o backlog (a fila de espera para a análise), o Ministério da Justiça informou à coluna que tem auxiliado os estados na licitação para compra de insumos e equipamentos, além de fornecer capacitação técnica de peritos criminais.
“O MJSP também promove missões para o processamento desses vestígios criminais em Brasília, ampliando o número de inserções no Banco Nacional de Perfis Genéticos e fortalecendo a cooperação entre União e estados”, afirmou o ministério, em nota.