Beneficiado por uma decisão de Kassio Nunes Marques que o tirou da prisão em 2022, mas preso novamente no mês passado por ordem do STF, o ex-secretário de Polícia Civil do Rio de Janeiro Allan Turnowski não conseguiu uma nova canetada favorável do ministro.
Kassio negou na terça-feira, 10, um pedido da defesa de Turnowski para que ele fosse colocado em liberdade.
O ministro considerou o habeas corpus como incabível, por tentar reverter uma decisão do STJ que havia negado soltá-lo. Nesse tipo de situação, ministros do Supremo só o avaliam o pedido se houver alguma ilegalidade flagrante, o que Kassio entendeu não ocorrer no caso de Turnowski.
O ex-secretário é réu na Justiça do Rio de Janeiro por supostamente fazer parte organização criminosa do bicheiro Fernando Iggnácio, assassinado em novembro de 2020. O delegado teria atuado como agente duplo e tramado a morte do principal inimigo de Iggnácio, Rogério Andrade, atualmente preso.
Ele ocupou a Secretaria de Polícia Civil do Rio de Janeiro entre setembro de 2020 e abril de 2022, no governo Cláudio Castro, e concorreu a deputado federal pelo PL na última eleição.
Como revelou a coluna em maio, a Segunda Turma do STF derrubou uma decisão de Kassio de setembro de 2022 que havia soltado Allan Turnowski. Assim, ele voltou para a cadeia.
A maioria dos ministros do colegiado entendeu que a liberdade dele representa riscos à ordem pública ou econômica, à instrução processual e à aplicação da lei penal.