O secretário nacional de Proteção e Defesa Civil, Wolnei Wollf, desembarca no Rio Grande do Sul nesta quinta-feira, 19, para avaliar a proporção das chuvas que atingem mais uma vez o estado. O compromisso principal será na sexta, 20, em Lajeado. O encontro marca a primeira agenda do governo federal para tratar das novas inundações.

A agenda será um encontro com prefeitos da região do Vale do Taquari. “É uma reunião para entendermos com mais detalhes a dimensão que essas chuvas estão causando, os danos e prejuízos para os municípios do Rio Grande do Sul”, disse Wollf ao PlatôBR. O secretário destaca que o trabalho da Defesa Civil é preventivo e em parceria com o governo estadual e municípios.

Organizador da reunião, o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) o explica que o momento servirá para os municípios que ainda não apresentaram plano de trabalho – os que não foram atingidos pela enchente de 2024 – sobre a temática das cheias. “Terão a oportunidade de entregar diretamente ao secretário. Será um momento para avaliar a nova leva de chuvas”, declarou o petista.

O governador Eduardo Leite (PSD) alerta que os acumulados em algumas regiões já estão em 350mm e podem chegar em 450 até quinta-feira, 19. “É claro que isso traz muitos transtornos”, disse. Ele recorda que em maio do ano passado as chuvas ultrapassaram 1000 mm. “Até aqui as informações não dão conta de qualquer coisa parecida com o que o estado vivenciou ano passado”.

O enfrentamento à cheia será mais um teste sobre a atuação conjunta dos governos federal e do estado. Ao longo do ano passado, depois das enchentes que assolaram o Rio Grande do Sul, a discussão sobre a recuperação do estado ultrapassou os limites da emergência climática e se transformou em disputa política. A resposta à crise foi marcada por uma escalada de acusações entre autoridades federais e estaduais, os dois lados tentando prevalecer com suas narrativas. 

Chuva em números
Conforme os dados atualizados da Defesa Civil às 19h desta quarta-feira ,18, ao menos 2.645 pessoas estão fora de casa, sendo 1.197 em abrigos e 1.448 desalojadas. De acordo com o órgão, dois óbitos foram confirmados e uma pessoa está desaparecida. Ao menos 68 municípios reportaram algum dano.