O presidente da Câmara, Hugo Motta, sofre nas redes sociais mais que uma queda de popularidade. Um estudo de reputação digital da agência Ativaweb concluiu que deputado vive uma tempestade de rejeição simbólica, que ultrapassa fronteiras ideológicas. Segundo Alek Maracajá, CEO da empresa, a crise enfrentada por Motta “não é da direita, nem da esquerda”. “É do povo contra o sistema, onde Hugo Motta emergiu como o novo vilão digital”.
Com inteligência artificial, análise semântica e mineração de dados em tempo real, foram processadas mais de 2,5 milhões de interações públicas em um intervalo de sete dias, cruzando dados de Facebook, Instagram, X (ex-Twitter) e TikTok. Um ponto de ruptura, de acordo com o estudo, foi o impacto emocional gerado por vídeos que exploraram o antagonismo entre ricos e pobres. Esses conteúdos, com estética informal e linguagem direta, converteram o debate técnico sobre orçamento em um símbolo de injustiça social. E Hugo Motta foi colocado no centro do furacão.
“Não foi um algoritmo que destruiu a imagem de Hugo Motta. Foi o sentimento coletivo de um povo que cansou da política para poucos”, analisa Maracajá.
O estudo usou agrupamento semântico, análise de sentimento em larga escala e triagem de perfis para separar críticas estruturadas de explosões emocionais. Entre essas mensagens, 68% das menções foram puramente emocionais, com vocabulário agressivo, simbólico e replicável. O fenômeno não foi espontâneo. Foi viral, calculado e distribuído com precisão milimétrica, de acordo com o levantamento.
As palavras-chave que dominaram o tema nas redes foram: “amigo dos ricos”, “Eduardo Cunha 2.0”, “mamata institucional”, “quem paga é o povo” e “vergonha nacional”.