A publicação do presidente dos Estados Unidos sobre Jair Bolsonaro causou forte mobilização nas redes sociais brasileiras nesta segunda-feira, 7. Em mensagem divulgada na plataforma Truth Social, Donald Trump afirmou que o ex-presidente é alvo de uma “caça às bruxas” no Brasil.
A frase desencadeou uma polarização digital entre apoiadores da direita e da esquerda no país, segundo relatório do Núcleo de Integridade da Informação, da agência de propaganda Nova, uma das que atendem a conta do governo Lula. A guerra girou em torno de “caça às bruxas” e “soberania”.
O pico de menções ao nome “Trump” ocorreu às 12h, com 1.327 registros, após a publicação da mensagem. O volume de interações, que inclui curtidas, comentários e compartilhamentos, chegou a 1,12 milhão, com um alcance potencial de 268 mil perfis.
A postagem foi amplamente repercutida por influenciadores e parlamentares de direita, como os deputados Nikolas Ferreira, Gustavo Gayer e o senador Sergio Moro. Os discursos giraram em torno da suposta perseguição ao bolsonarismo e da crítica à postura do presidente Lula, acusado de “hipocrisia” por ter visitado a ex-presidente argentina Cristina Kirchner, condenada por corrupção.
Perfis influentes como Pavão Misterious e Leandro Ruschel reforçaram a narrativa de um “regime de exceção” no Brasil, enquanto mensagens compartilhadas em grupos bolsonaristas no Telegram celebravam a fala de Trump como um “apoio internacional contra o sistema”.
Do outro lado, vozes de esquerda reagiram com veemência. A ministra Gleisi Hoffmann, afirmou que Trump “está muito equivocado” e que “não pode interferir no processo judicial brasileiro”. Lula, sem citar o norte-americano, escreveu que a defesa da democracia brasileira “compete aos brasileiros”. O termo “Brasil soberano” chegou aos trending topics da plataforma X, antigo Twitter.
Influenciadores como Kriska Pimentinha e dirigentes partidários como Alberto Cantalice defenderam a autonomia do país e rejeitaram a “intromissão estrangeira”. A influenciadora Penélope Moreira considerou a atitude de Trump “grave”, especialmente por vir de um agente público.
O relatório também identificou a circulação intensa de conteúdos no WhatsApp e Telegram, com mensagens que variavam entre o entusiasmo militante (“o grande dia chegou”, “não vamos desistir de você, capitão Bolsonaro”) e o deboche contra a resposta do governo.