O ministro Fernando Haddad (Fazenda) conta com a militância do PT no mundo virtual, em especial nas redes sociais, para aumentar a baixa popularidade do governo. Para reverter as pesquisas de opinião, o terceiro mandato de Lula depende da atuação digital petista para divulgar os números positivos da atual gestão e obter dividendos políticos, avalia o titular da pasta responsável pela condução da economia do país.

“Hoje, a disputa se dá no mundo virtual”, afirmou o ministro em entrevista ao portal Metrópoles transmitida nas redes sociais. O PT, que nasceu com a tradição de assembleias e comícios, para Haddad “vive seu momento de digitalização”, vai perceber que “a sobrevivência depende deste tipo de embate” e que é preciso saber fazê-lo.

A fala do ministro está em linha com as últimas movimentações do governo, que passou a ter uma presença mais ativa e combativa nas redes sociais. Na queda de braços entre Executivo e Legislativo sobre o aumento das alíquotas do IOF, o governo e o PT tiveram maior presença nas redes redes. A militância recorreu ostensivamente a recursos de inteligência artificial para criticar o Congresso.

A cúpula do Legislativo enxerga o Planalto e o partido de Lula por trás da campanha, que foca, principalmente nos gastos dos parlamentares e na atuação do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). A fala de Haddad, reforça esse entendimento. 

Não foi a primeira vez que Haddad chamou a militância para defender o governo. Em palestra há cerca de dez dias na Faculdade de Direito da USP, um dos símbolos de engajamento político e social do Brasil, ele disse que, com o Brasil e o mundo vivendo um momento desafiador, com o avanço da direita em vários países, era hora de “vestir o uniforme do bom embate político” e “fazer uma boa luta para melhorar o Brasil e o mundo”.