Depois de dias desancando publicamente Tarcísio de Freitas, Eduardo Bolsonaro disse nessa quarta-feira, 16, que aparou arestas com o governador de São Paulo em uma conversa sobre o tarifaço de Donald Trump ao Brasil.
Pelos lados de Tarcísio, aliados do governador atribuem o recuo de Eduardo não só ao entendimento de que o governador tem responsabilidades no cargo. Eles também citam o isolamento de Eduardo em sua posição de dar de ombros para os efeitos econômicos da sanção de Trump.
Divergem do deputado nesse ponto não só políticos mais moderados e habilidosos, mas também gente da direita. Até políticos do PL e interlocutores próximos ao clã Bolsonaro têm apontado um erro grave de Eduardo no modo como ele reagiu e conduziu o pós-tarifaço.
No entorno do governador, os tiros de Eduardo contra Tarcísio foram vistos como reflexo da sanha do filho de Bolsonaro de ser candidato a presidente, mas também como sinais de falta de articulação política e imaturidade. Nesse ponto, é especialmente lembrada a fala em que Eduardo exigiu ser o único interlocutor junto ao governo americano, espinafrando Tarcísio por ter tentado intervir na crise.
O próprio Bolsonaro, aliás, indicou concordar. Em entrevista ao site Poder360, o ex-presidente avaliou que o filho “não é tão maduro, talhado para política” e deu razão às preocupações econômicas de Tarcísio.