Jair Bolsonaro vai usar todo o prazo dado pelo ministro Alexandre de Moraes para esclarecer sobre o descumprimento das medidas cautelares impostas a ele. Por meio dos advogados, o ex-presidente pretende entregar as explicações perto das 21h13 desta terça-feira, 22.
O horário limite para que as explicações sobre o tour no Congresso Nacional na tarde desta segunda, 21, que teve reunião com aliados do PL, um pronunciamento rápido e pose para fotos exibindo a tornozeleira eletrônica. O passeio com tom de ato político foi classificado pelo ministro como burla às restrições impostas.
O equipamento que monitora os passos de Bolsonaro 24 horas por dia, exibido aos fotógrafos e cinegrafistas e, antes, a deputados aliados, é uma das medidas restritivas impostas por Moraes na sexta-feira, 18. A ordem cautelar busca evitar fuga e preservar o processo.
As medidas de Moraes, referendadas por três outros ministros da Primeira Turma do STF (apenas Luiz Fux se manifestou em sentido oposto), foram uma resposta aos ataques das últimas semanas feitos pelo ex-presidente e por seu filho Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e pela ameaça do presidente Donald Trump de impor um tarifaço ao Brasil.
Os impedimentos impostos a Bolsonaro incluem participação em lives; entrevistas e uso de redes sociais próprias e de terceiros; sair de Brasília ou deixar sua casa à noite e nos finais de semana e feriados; contato com o filho Eduardo, que está nos Estados Unidos desde março, e com quase duas centenas de outras pessoas. Bolsonaro também está proibido de se aproximar de embaixadas ou consulados de países estrangeiros. É o maior cerco ao ex-presidente desde desde o início das investigações dos atos golpistas de 2023.
O prazo de 24 horas
Moraes exigiu explicações sobre o tour de Bolsonaro e intimou a defesa na noite desta segunda-feira, 21. Os advogados foram intimados às 21h13. O ministro advertiu que avisou sobre a dimensão das restrições – o que fez o ex-presidente cancelar as duas entrevistas que daria – e quer saber sobre o “descumprimento” das ordens.
O relator dos processos na suprema corte brasileira dá a entender no despacho desta segunda que considera que houve, sim, descumprimento das medidas restritivas. O que virá depois é incerto, mas a prisao não está fora de questão.