Processos de extradição, mesmo que os países tenham acordos diplomáticos e jurídicos, podem ser longos. O ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, condenado no mensalão, fugiu do Brasil em 2013 e se abrigou na Itália, onde foi preso, com passaporte falso (usava o do irmão morto) em fevereiro de 2014. Mas sua extradição só ocorreu 20 meses depois, em outubro de 2015.
Assim como Carla Zambelli, Pizzolato tinha cidadania italiana. Depois de preso, ele chegou a ser solto durante o processo de extradição. O maior argumento de Pizzolato era que ele não teria integridade física garantida pelo Estado brasileiro nos presídios do país. Essa era uma preocupação do governo e da Justiça italiana e arrastou o processo por esses 20 meses.
Zambelli tem dito que não tem condições físicas de cumprir a pena de dez anos pela qual foi condenada por tentar hackear o Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Essa alegação de saúde frágil pode ser explorada agora em suas alegações à Justiça italiana. A deputada também diz ser uma perseguida política.
O pedido de extradição à Justiça italiana tem de ser pedido pela Procuradoria-Geral da República, mas é tratado com a Justiça por meio do Itamaraty, do Ministério da Justiça e da Embaixada do Brasil na Itália. Em entrevista ao repórter Bernardo Mello Franco, o embaixador Renato Mosca afirmou que a embaixada recebeu a denúncia com a localização da deputada foragida nesta terça-feira, 29, e que passou sua localização para as autoridades italianas.