Às onze horas da manhã desta sexta-feira, 1º, a deputada Carla Zambelli deixará a cela em que está detida e sentará diante do juiz Aldo Morgigni, da 4ª Seção da Corte de Apelação de Roma, para declarar-se alvo de perseguição política e vítima de uma condenação injusta no Brasil. Ao lado do advogado italiano Pieremilio Sammarco, Zambelli será ouvida em audiência de custódia cautelar. Ao final, o juiz decidirá se ela poderá aguardar em liberdade a decisão do governo italiano sobre o pedido do governo brasileiro para extraditá-la.
Carla Zambelli vai se declarar contra o retorno ao país. Com cidadania italiana, ela busca responder o processo na Itália. Condenada por participar de um ataque hacker ao sistema digital do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), em processo sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes, do STF, a deputada foi presa pela polícia de Roma na terça-feira, 29. Na capital italiana, ela vivia escondida em um apartamento alugado.
Zambelli também vai argumentar que tem problemas de saúde na tentativa de não apenas permanecer na Itália, mas também fora da cadeia. Os advogados apresentarão um pedido para que a corte de Roma decida se ela pode responder em liberdade ou em prisão de domiciliar enquanto aguarda a decisão sobre a extradição. O governo brasileiro tem defendido que ela siga presa. A deputada está em uma cela com outras três presas, na área administrativa do presídio, onde ficam presos provisórios e com direitos especiais.