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Novo procedimento na cabeça de Lula: médicos querem evitar mais hemorragias

Intervenção será feita na manhã desta quinta-feira. Presidente segue internado na UTI, em São Paulo, e médicos asseguram que ele está bem

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Submetido a uma cirurgia na cabeça nesta terça-feira, 10, para drenar um hematoma, o presidente Lula passará por um procedimento complementar na manhã nesta quinta no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo.

O hospital divulgou um novo boletim sobre o estado de saúde do petista na tarde desta quarta, segundo o qual o caso de Lula prevê uma embolização de artéria meníngea média. O procedimento, para conter a passagem de sangue pela região do hematoma operado na terça e evitar mais sangramentos, será conduzido pela equipe do próprio Sírio Libanês.

Ainda conforme o hospital paulistano, o presidente segue sob cuidados na Unidade de Tratamento Intensivo. Lula passou o dia sem intercorrências, fez fisioterapia, caminhou e recebeu visitas de familiares.

Segundo o cardiologista Roberto Kalil Filho, médico de Lula, o novo procedimento é simples, de baixo risco e já estava previsto desde a primeira cirurgia. A embolização não será feita em um centro cirúrgico, mas em uma sala destinada a procedimentos mais simples, como cateterismo, e deve durar cerca de uma hora.

De acordo com Kalil, a nova intervenção não vai atrasar a previsão de alta do presidente para o começo da próxima semana. O médico informou que a equipe do Sírio Libanês só divulgaria informações sobre a embolização da artéria da meninge de Lula após a sua execução, mas que a informação sobre o procedimento foi incluída no boletim médico a pedido do presidente e da primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja.

“Já estava sendo discutido, como complemento ao procedimento cirúrgico, esse tipo de embolização. É um tipo de cateterismo, que vai embolizar a chamada artéria meníngea. Quando você drena o hematoma, existe uma pequena possibilidade de, no futuro, as pequenas artérias da meninge causarem um pequeno sangramento. Esse procedimento complementar é para minimizar o risco de isso acontecer. É um procedimento de baixo risco que foi muito discutido com a equipe médica no dia de hoje”, disse Kalil a jornalistas.

Assim como na terça, nas horas seguintes à operação, a equipe de médicos que trata o presidente concederá uma entrevista coletiva à imprensa às 10 horas. A junta médica é liderada pelo cardiologista Roberto Kalil Filho, médico do petista, e a infectologista Ana Helena Germoglio, coordenadora da equipe de saúde da Presidência.

A cirurgia no crânio à qual Lula foi submetido na madrugada de terça foi feita para drenar um hematoma decorrente da queda sofrida pelo presidente em 19 de outubro, em um dos banheiros do Palácio da Alvorada. Os médicos tiveram que fazer uma trepanação, técnica cirúrgica que inclui uma pequena perfuração no crânio para permitir o acesso à região do cérebro. Um dreno foi deixado no local. O instrumento será mantido por até três dias.

Lula sentiu dores de cabeça ao longo da segunda-feira (9/12) e, à noite, foi levado à unidade do Sírio Libanês em Brasília para exames de imagem. Uma ressonância magnética apontou uma hemorragia dentro do crânio. A equipe médica decidiu transferi-lo a São Paulo.

Segundo os médicos do Sírio Libanês, a cirurgia não teve complicações. Lula não tem lesão cerebral e deve ficar internado nos próximos dias e tem previsão inicial de retorno a Brasília na semana que vem.

Os médicos disseram inicialmente que Lula ficaria 48 horas na UTI, em observação, por precaução e seguindo o protocolo do hospital, mas esse prazo já foi alargado. Ele está acompanhado da primeira-dama, Janja da Silva.

Os médicos informaram que o hematoma drenado tinha três centímetros e estava na região frontoparietal, em cima do lobo frontal e do lobo parietal, do lado esquerdo da cabeça do presidente – o mesmo afetado pela queda no Alvorada.

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