Mais três militares foram indiciados pela Polícia Federal por participação na trama que, segundo os investigadores, incluía aplicar um golpe de Estado no Brasil entre 2022 e 2023. Um documento enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quarta-feira, 11, ampliou a lista que já contava com o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas, incluindo oficiais de alta patente das Forças Armadas.
Entre os novos indiciados está o coronel Reginaldo Vieira de Abreu, que foi chefe de gabinete do general Mario Fernandes no período em que ele estave no cargo de secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência da República. Fernandes é apontado como responsável pelo suposto plano de assassinar o presidente Lula, o vice Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes.
Segundo a Polícia Federal, o coronel teria monitorado o também ministro do STF Gilmar Mendes. A descoberta se deu quando os agentes consultaram os arquivos guardados nos equipamentos eletrônicos do general Fernandes, o ex-chefe dele. Havia até uma foto do ministro (veja acima), enviada no dia 20 de novembro de 2022, em uma fila de embarque de aeroporto. Na mesma data, Gilmar viajou de Lisboa para Brasília em um voo da TAP. O coronel aparece na lista de passageiros do mesmo voo. Segundo a imigração, ele teria viajado oficialmente para Portugal uma semana antes.
Além de Abreu, dois outros militares foram indiciados agora: Aparecido Andrade Portela, conhecido como Tenente Portela, suplente da senadora Tereza Cristina (PP-MS), e Rodrigo Bezerra Macedo. Portela é apontado pela PF como arrecadador de dinheiro para o financiamento do plano golpista apresentado pelos investigadores. O nome Macedo, por sua vez, já havia aparecido na trama montada para vigiar o ministro Alexandre de Moraes.