A Corregedoria Parlamentar da Câmara deve analisar até quarta-feira, 13, as representações encaminhadas pelo presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB) contra 14 deputados acusados de obstrução dos trabalhos na reabertura do semestre. O corregedor, Diego Coronel (PSD-BA), emitirá um parecer sobre a possibilidade de punição, que será votado pela mesa diretora.
Em caso de indicação pela mesa de suspensão de mandato, os pedidos serão encaminhados ao Conselho de Ética. Se forem confirmadas as punições, os acusados podem recorrer ao plenário.
Pela gravidade do episódio, o presidente da Câmara conta com uma resposta enérgica da instituição aos deputados que, durante dois dias, impediram seu acesso à mesa diretora. A hipótese de impunidade enfraqueceria ainda mais Motta, que se desgastou pela demora em assumir a cadeira ocupada por oposicionistas. Para marcar sua posição, ele terá de medir forças com a bancada bolsonarista.
A obstrução da reabertura dos trabalhos do segundo semestre foi um protesto de aliados de Jair Bolsonaro para tentar forçar a votação da anistia dos condenados por tentativa de golpe de Estado. Eles também querem aprovar um projeto que acaba com o foro privilegiado, mais um movimento que tem por objetivo livrar o ex-presidente da cadeia.
Entre os deputados que podem ter os mandatos suspensos por até seis meses estão alguns dos principais aliados de Bolsonaro no Congresso, como Nikolas Ferreira (PL-MG), Marcel Van Hattem (Novo-RS) e Bia Kicis (PL-DF).
Termina o prazo para defesa de Bolsonaro no Supremo
Na quarta-feira, 13, termina o prazo para a apresentação no STF das alegações finais do Núcleo 1 dos acusados pela tentativa de golpe de Estado na última transição presidencial. O ex-presidente Jair Bolsonaro está entre os oito integrantes desse grupo, formado pelos réus apontados como líderes da trama contra o resultado das eleições de 2022.
Com o julgamento marcado para setembro, cresce a pressão sobre o Supremo dentro e fora do país. No Congresso, a bancada bolsonarista atua para votar o impeachment do relator do processo, ministro Alexandre de Moraes, mas essa iniciativa não deve prosperar, pois o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), anunciou que não atenderá essa reivindicação.
Também nesta semana, Moraes deve encaminhar à Primeira Turma a decisão sobre revisão da prisão de Bolsonaro, conforme pedido feito pela defesa.
Governo deve anunciar esta semana o plano para enfrentar o tarifaço
O plano de contingência elaborado pelo governo para socorrer os setores prejudicados pelo aumento de tarifas pelos Estados Unidos deve ser anunciado esta semana, possivelmente na terça-feira, 12. O vice-presidente Geraldo Alckmin, também ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, finaliza o pacote de medidas, que deve incluir a abertura de linhas de financiamento para as empresas afetadas e, também, a compra de produtos pelo governo.
Ao mesmo tempo que finaliza o plano, Alckmin aposta no avanço das negociações com os Estados Unidos para tentar reverter o aumento de tarifas de alguns setores. O vice e o Itamaraty também atuam na ampliação de outros mercados para o escoamento dos produtos brasileiros para outros países, como China, Índia e México.
Encontro marcado de Putin e Trump
Está previsto para sexta-feira, 15, um encontro entre os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da Rússia, Vladimir Putin, para discutir a guerra na Ucrânia. Em reação ao anúncio da reunião, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse que sem participação de seu país não será possível um acordo sobre o conflito..
No sábado, 9, Putin e o presidente Lula conversaram por telefone sobre o conflito bélico e, também, sobre o Brics, um dos pontos de desacordo entre Trump e os países que compõem o grupo, citado por Trump nas pressões que faz sobre o Brasil.