A luta por direitos humanos deixou um rastro de violência no Brasil, com 55 mortes e 96 tentativas de homicídio em dois anos. A maioria dos casos, que envolve desde ameaças a assassinatos, trata de defensores de questões ambientais e territoriais (80,9%). E o Pará, que sediará a COP30 em novembro, concentra 21,2% desses ataques.

Este é o balanço da pesquisa lançada nesta terça-feira, 12, pela Justiça Global e Terra de Direitos, para marcar o Dia Nacional dos Direitos Humanos.

Pelo estudo “Na linha de frente: violência contra defensoras e defensores de direitos humanos no Brasil (2023-2024)”, os casos de violência envolvem 486 vítimas em 318 episódios registrados, com ataques especialmente a líderes indígenas, quilombolas e camponeses. A forma mais utilizada de violência é a ameaça.

Como mostrado pela coluna, um relatório recente da Comissão Pastoral da Terra (CPT) já apontava o Pará como líder histórico de conflitos agrários do Brasil. Com base em dados de 1985 a 2023, o Atlas dos Conflitos no Campo Brasileiro revelou que das dez cidades mais com mais violência no campo, sete são paraenses.