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O pedido de Natal de Ricardo Barros, ex-líder de Bolsonaro, ao STF

Atual secretário do governo do PR, Barros entrou na fila do gabinete de Dias Toffoli em busca de anulação de processo

Foto: Billy Boss/Câmara dos Deputados
Foto: Billy Boss/Câmara dos Deputados

Às portas do Natal, o ex-líder do governo Bolsonaro na Câmara Ricardo Barros procurou o STF pedindo um presentão. Atual secretário de Indústria e Comércio do Paraná, Barros quer que o ministro Dias Toffoli anule um processo contra ele na Justiça Eleitoral de seu estado.

Ricardo Barros busca a anulação da Operação Volt, que cumpriu um mandado de busca e apreensão contra ele em setembro de 2020. A ação do Ministério Público do Paraná mirou supostos pagamentos de cerca de R$ 5 milhões a Barros por intermediar a venda de uma fatia do Grupo Galvão em uma empresa de energia à Copel, estatal de energia do Paraná, entre 2011 e 2013.

As investigações levaram à abertura de uma ação penal na Justiça Eleitoral do Paraná contra Ricardo Barros em novembro de 2021. O político responde pelos crimes de lavagem de dinheiro, tráfico de influência e falsidade ideológica eleitoral, o caixa dois, já que parte do dinheiro teria sido paga ilegalmente como doações de campanha. Ele pediu a Dias Toffoli o encerramento do caso.

A tentativa de Barros no STF é mais uma apresentada a Toffoli com base nas mensagens trocadas por procuradores da antiga força-tarefa da Operação Lava Jato no Telegram. O conteúdo foi acessado e vazado por um hacker e apreendido pela Polícia Federal em 2019, na Operação Spoofing.

Embora a Operação Volt não seja um desdobramento da Lava Jato, a defesa de Ricardo Barros argumentou que as investigações contra ele foram baseadas em delações premiadas de executivos do Grupo Galvão, firmadas no contexto da operação.

Sobre as mensagens, os advogados citaram chats em que procuradores se referem a Ricardo Barros pejorativamente e como “arqui-inimigo”, em razão de uma suposta ojeriza a ele enquanto relator de projetos como a Lei do Abuso de Autoridade na Câmara. O ex-líder de Bolsonaro teria sido perseguido em razão disso.

O histórico recente de Dias Toffoli, no entanto, sugere que Barros dificilmente terá sucesso. Para anular processos da Lava Jato contra uma série de alvos da operação, Toffoli tem considerado somente o que entende como demonstrações claras de conluio entre o ex-juiz Sergio Moro e membros do Ministério Público Federal. Diálogos que não demonstram esse tipo de combinação não têm sido suficientes para convencê-lo.

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