O colégio de líderes da Câmara define nesta terça-feira, 19, a pauta dos próximos dias depois de duas semanas de atribulações provocadas pela oposição para forçar a votação da anistia dos condenados pela tentativa de golpe de Estado. Para o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), a prioridade é o projeto que trata da proteção de crianças e adolescentes nas redes sociais.
O governo trabalha para a inclusão na pauta da proposta que aumenta a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais. Pela sinalização de Motta, a agenda econômica do Planalto tem apoio do Congresso e esse projeto deve avançar nas próximas semanas. Apesar do empenho da oposição, a anistia dos golpistas não deve entrar na pauta das próximas semanas.
Na mesma reunião, os líderes discutem as propostas relacionadas a prerrogativas dos parlamentares. A oposição deve apresentar um texto que, para processar congressistas, o STF precisa do aval da Câmara, no caso de deputados, e do Senado, no caso de senadores. Essa ideia tem mais aceitação no Legislativo do que o fim do foro privilegiado, debatido nas últimas semanas, que encontra resistência nas bancadas pelas incertezas que provocaria ao jogar as investigações para as instâncias inferiores.
Motta depende dos entendimentos entre os líderes para retomar a normalidade dos trabalhos na Câmara. Terá, no entanto, que lidar com o previsível acirramento dos ânimos em decorrência da aproximação do julgamento, marcado para 2 de setembro, dos acusados pela tentativa de golpe de Estado na última sucessão presidencial.
União Brasil e PP formalizam federação
A federação formada pelo União Brasil e pelo PP será formalizada nesta terça-feira, 19, em reunião dos dirigentes das duas legendas. O encontro deve formalizar a aliança e aprovar o estatuto da aliança. Na pauta também está o desembarque do governo, mas existe a discussão de que os ministros das duas siglas que ocupam cargos na Esplanada poderiam continuar nos cargos, em caráter pessoal, até o final do ano.
Na cota do União Brasil estão os ministros Celso Sabino (Turismo), Frederico Siqueira (Comunicações) e Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional). O PP tem apenas um titular na Esplanada, André Fufuca (Esporte)
Supremo se prepara para o julgamento de Bolsonaro
A duas semanas do início do julgamento de Jair Bolsonaro e de outros sete réus da trama golpista, as maiores preocupações do Supremo estão relacionadas à segurança no país. Os temores estão relacionados às possíveis manifestações de aliados do ex-presidente. Na semana passada, o pastor Silas Malafaia ameaçou mobilizar os evangélicos contra o STF depois de ser incluído em um inquérito sobre a tentativa de golpe.
Lula recebe presidente do Equador e participa de reunião de cúpula na Colômbia
O presidente Lula recebe nesta segunda-feira o presidente do Equador, Daniel Noboa, para a discussão de uma agenda de cooperação entre os dois países. O encontro faz parte dos esforços do petista para diversificar a pauta comercial brasileira, afetada pelo tarifaço imposto pelo governo Trump.
Na sexta-feira, 22, Lula participa da Cúpula de Presidentes dos Estados Partes do Tratado de Cooperação Amazônica (TCA). Os países que integram esse grupo devem se manifestar sobre as consequências para a região da medidas tomadas pelos Estados Unidos.
Brasil responde a investigações dos Estados Unidos, Trump se reúne com Zelensky
Termina nesta segunda-feira, 18, o prazo para o Brasil enviar as respostas às investigações abertas pelo governo Donald Trump por supostas práticas comerciais desleais. Os questionamentos fazem parte do pacote de medidas adotadas pela Casa Branca, que incluem o tarifaço de 50% sobre os produtos brasileiros. Os questionamentos do Escritório do Representante de Comércio dos Estados Unidos (USTR, na sigla em inglês) abrangem o sistema de pagamento Pix, o comércio popular em São Paulo, a proteção de propriedade intelectual e a comercialização do etanol.
No cenário externo, as atenções se voltam nesta segunda para o encontro em Washington entre Trump, Volodymyr Zelenski, e líderes europeus para discutir um possível acordo de paz entre a Rússia e a Ucrânia. Esse assunto ganhou força desde a semana passada com a reunião entre Trump e o presidente russo, Vladimir Putin.