O palco da cerimônia de oficialização da federação entre PP e União Brasil nesta terça-feira, 19, foi uma verdadeira salada mista: nomes cotados para disputar o Planalto em 2026 pela oposição, como os governadores Ronaldo Caiado (União) e Tarcísio de Freitas (Republicanos), dividiam espaço com ministros de Lula, como André Fufuca (PP) e Celso Sabino (União). Na plateia, isolado, o senador e ex-juiz Sergio Moro (União-PR), algoz do atual presidente da República nos tempos da Lava Jato.

Fufuca e Sabino foram discretamente aplaudidos. Eles eram os únicos integrantes do primeiro escalão do governo presentes – os ministros Waldez Góes (Integração Regional) e Frederico Siqueira (Comunicações), da cota do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), não apareceram.

A despeito da presença dos representantes da gestão Lula, o clima dominante era de oposição. Convidado, o governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), pediu aplausos para o ex-presidente Jair Bolsonaro. E a maioria dos políticos presentes respondeu.

Discursos críticos ao governo Lula se repetiram ao longo da cerimônia. Caiado falou como candidato. “Partido tem que ter rumo. É preciso que o partido lance candidato, tenha posição clara e a posição é derrotar Lula na eleição de 2026”, disse o governador de Goiás.

O senador Ciro Nogueira, presidente do PP, endossou: “O atual governo prometeu que viveríamos no verão. Não conseguiu entregar sequer a primavera. Estamos em um longo outono sombrio, e ninguém aguenta mais não aguentar mais”.

Sergio Moro chamou atenção por não subir ao palco. Sentado na primeira fila, o ex-juiz parecia isolado.