Alguns assuntos ainda são tabu nas conversas entre o PSB do vice-presidente Geraldo Alckmin e o PT do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Um deles é a chapa a ser formada para as eleições presidenciais do próximo ano.

No último almoço da cúpula do PSB com Lula, muito se falou sobre a necessidade de que os dois partidos fechem apoios mútuos nos estados e pouco se discutiu acerca da rejeição do vice-presidente em entrar na disputa em São Paulo e de sua preferência por seguir como vice na possível chapa a ser encabeçada pelo petista.

O plano de formar uma chapa forte em São Paulo, encabeçada por Alckmin, é muito mais de petistas que do próprio vice-presidente, que já confessou a interlocutores seu desejo de renovar sua posição em um eventual governo Lula 4. Sob reserva, falando ao PlatôBR, um integrante do PSB criticou o PT por cogitar a troca de Alckmin pelo governador do Pará, Helder Barbalho (MDB). “Alguns petistas ainda insistem em negociar com o MDB. Parecem que querem ser traídos”, disse essa fonte.

No partido, a posição de Alckmin de não querer se voltar para a disputa em São Paulo é conhecida. “Não faz sentido despir um santo para vestir o outro. A roupa de vice já coube muito bem em Alckmin. Não vale tirá-lo de uma situação que está dando certo para colocar em um lugar de risco”, diz outra pessoa da legenda.

Nesta semana, em nova rodada da pesquisa Genial/Quaest, Lula ampliou a vantagem sobre seus possíveis adversários no ano que vem. O petista lidera em todos os cenários de primeiro e segundo turnos.

Prioridades
O PSB já tem algumas prioridades muito bem definidas. A de continuar na vice de Lula é uma das mais claras. Outra é a eleição do prefeito de Recife, João Campos, que é presidente nacional da legenda, para o governo de Pernambuco. Além disso, o partido quer levar alguns governadores já reeleitos, e que estão em fim de mandato, para o Senado. É o caso de João Azevedo, da Paraíba, e de Renato Casagrande, do Espírito Santo.

Em São Paulo, o ministro do Empreendedorismo, Márcio França, já expressou sua vontade de ser cabeça de chapa ao governo do estado. No entanto, a composição está indefinida. Os mesmos que defendem Alckmin para um projeto estadual também defendem que o ministro da Fazenda, o petista Fernando Haddad, também seja candidato – talvez a uma vaga ao Senado.