O ex-prefeito de Salvador e radialista Mário Kertész lança em setembro o livro de memórias “Riso-choro (e tudo mais que vem no meio)”, em que mistura bastidores políticos e lembranças pessoais de sua trajetória. A obra recupera episódios da época em que foi prefeito biônico nomeado por Antônio Carlos Magalhães (ACM), sua posterior ruptura com o padrinho político e o retorno à prefeitura pelo voto.

Entre as histórias reunidas, ganham destaque duas passagens com o ex-presidente Jânio Quadros. Em uma delas, logo após romper com ACM, Kertész viajou ao Guarujá para um almoço com Jânio, mas encontrou a imprensa paulista sem anfitrião: o ex-presidente havia desaparecido. “No dia seguinte, a gente retornou à casa e lá encontrou seu Jânio, muito fagueiro, na dele, tomando todos os vinhos do mundo. Ele não deu satisfação alguma pelo sumiço do dia anterior. Conversamos horrores, como se nada tivesse acontecido”, relata no livro.

Em outro episódio, uma jovem que havia passado a noite com Jânio relatou no dia seguinte que nada acontecera. A resposta entrou para o anedotário político: “Rapaz, não aconteceu nada. Getúlio Vargas ficou a noite toda falando. Não quis nada, não. Só ficou falando”, respondeu a moça, trocando o nome dos presidentes.

O livro também traz bastidores do carlismo e relatos bem-humorados de encontros com ACM, Lula e Ciro Gomes. Afastado da vida partidária, Kertész mantém hoje três programas diários na rádio Metrópole sobre política.