A declaração do governador Tarcísio Gomes de Freitas de que vai disputar a reeleição em São Paulo, dada no “Canal Livre” deste domingo (15/12), não é novidade entre seus interlocutores mais próximos. Mas, dita assim abertamente, não deixou de soar como música nos bastidores do Palácio dos Bandeirantes.
Um importante aliado político de Tarcísio observou à coluna que, a essa altura, o governador paulista não diria algo diferente nem mesmo se estivesse planejando concorrer à presidência. Apesar de inelegível, afinal, Jair Bolsonaro insiste em se dizer o plano A, B e C da direita para a eleição presidencial de 2026.
Segundo esse político, no entanto, a ideia de Tarcísio é de fato manter a guarda do Bandeirantes até 2030. Pesam nesse sentido os entendimentos de que Lula, embora à frente de um governo sem grandes realizações até aqui, é páreo duríssimo para 2026, e que Tarcísio tem uma reeleição muito bem encaminhada.
Esperando mais quatro anos, além de evitar o embate direto com o incumbente, Tarcísio chegaria a 2030 ainda com 55 anos e já dono do que esse aliado chamou de “estatura presidencial própria”, consolidada por dois governos no maior colégio eleitoral do país. Não seria mais, afinal, o pupilo de Bolsonaro — como foi em 2022 e como seria visto ainda em 2026 se "ungido" pelo ex-chefe.
Outro motivo também é lembrado por esse auxiliar de Tarcísio: mantendo-se em São Paulo, o governador evitaria o que se prenuncia como um ruidoso e desgastante processo de sucessão política de Bolsonaro, provavelmente já condenado no STF e, quem sabe, preso.
Mais: a aposta por ali é que o ex-presidente vai escolher alguém da sua mais extrema confiança, —um dos seus filhos — para representá-lo na disputa presidencial.