Apesar de minimizar os efeitos práticos da saída do União Brasil e do PP de ministérios, o governo Lula não quer que os indicados de Davi Alcolumbre deixem a Esplanada.

Integrantes do Palácio do Planalto e petistas da Câmara afirmam que os dois partidos do Centrão já não votam como base aliada em muitas discussões importantes na Casa. Como mostrou a coluna, a mesma avaliação é feita no Senado. Por isso, a saída dessas legendas do governo não teria grande impacto.

Entretanto, ao manter os nomes de Davi Alcolumbre em ministérios, o governo confia que o presidente do Congresso atuaria para evitar a aprovação da anistia ampla e irrestrita que vem sendo articulada pela direita para livrar Jair Bolsonaro da cadeia.

O governo quer dar ares mais institucionais a esse diálogo com Alcolumbre, considerando sua cadeira de presidente do Senado, e ameniza o fato de ele ser um dos principais quadros do União Brasil.

Por enquanto, Davi Alcolumbre não pretende retirar seus indicados do governo, Waldez Góes, do Desenvolvimento Regional, e Frederico de Siqueira Filho, das Comunicações. Foi o próprio presidente do Senado quem articulou com os líderes da federação União Progressista para que a obrigação de deixar o governo Lula recaia apenas sobre quem tem mandato, ou seja, André Fufuca, do Esporte, e Celso Sabino, do Turismo — ambos deputados federais.

Já Waldez e Siqueira Filho não têm nenhuma obrigação, por parte da federação, de deixar o governo. Os dois, aliás, não são nem filiados ao União Brasil.