O deputado e pastor Cezinha de Madureira (PSD-SP) já foi coordenador da bancada evangélica na Câmara e ganhou protagonismo nos célebres passeios de moto de Jair Bolsonaro durante a pandemia – a ponto de, em algumas ocasiões, ter sido convidado a desfilar na garupa do então presidente. Figura influente no Centrão, no governo Lula ele segue influente. Circula com desenvoltura em alguns ministérios importantes.

Na semana passada, Cezinha de Madureira foi escolhido pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), para presidir a comissão da medida provisória que socorre os empresários prejudicados pelo tarifaço imposto por Donald Trump sobre as exportações brasileiras para os Estados Unidos.

Ao PlatôBR, o deputado do PSD disse que pretende conduzir os trabalhos com muito diálogo, “independentemente das questões políticas da direita ou da esquerda”.

“Primeiro ponto: é imprescindível ter serenidade no tema. É um assunto sensível. Nosso trabalho será para garantir o emprego das pessoas e fazer com que as empresas não tenham prejuízo. Em segundo lugar, vamos dialogar com todos. Independente das questões políticas, da direita ou da esquerda, nós temos que defender o brasileiro, o empresário. Os empregados precisam sobreviver a essa crise”, afirmou o parlamentar, que também já foi vice-líder do governo durante a gestão Bolsonaro e é visto entre os pares como moderado.

Cezinha de Madureira diz que não sabe exatamente o motivo da escolha do seu nome por Hugo Motta para relatar a MP, mas acredita que é pela sua capacidade de conversar com os diferentes campos políticos: “Eu confesso a você que eu não tenho a menor explicação de por que o presidente me escolheu. A única coisa que ele sabe é que eu não me importo em conversar com a direita e com a esquerda”.

A medida provisória criou uma linha de crédito de R$ 30 bilhões, com recursos do FGE (Fundo de Garantia à Exportação), em resposta à imposição das sobretaxas às exportações brasileiras.

Apesar de apoiar a discussão, pelo Congresso, de uma proposta de anistia para os condenados pela tentativa de golpe, o deputado não se considera um político de oposição a Lula. Por outro lado, também não assume uma face governista. “Eu sou um político do Brasil. Não me importo com a cor partidária. O importante é que o brasileiro fique bem e o meu eleitor seja respaldado pelo meu trabalho”, argumenta.