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Eleição do PT em 2025 opõe paulistas e nordestinos

Líderes nordestinos criticam tipo de apoio de Alexandre Padilha à campanha de Edinho Silva

Daniel Medeiros/PlatôBR
Daniel Medeiros/PlatôBR

A eleição interna do PT acontece só em 6 de julho, mas as discussões já estão fervendo nos bastidores do partido. O ex-ministro da Comunicação Edinho Silva, que deixa a prefeitura de Araraquara (SP) em janeiro, é o nome de Lula para substituir a deputada Gleisi Hofmann (PR). São todos da mesma corrente, a Construindo um Novo Brasil (CNB), mas a transição não é nada tranquila. Parte do grupo tem se ressentido com alguns pontos, como a tentativa frustrada de abreviar o mandato de Gleisi, antecipando as eleições, e a ingerência do ministro de Relações Institucionais do Planalto, Alexandre Padilha, no pleito.

Líderes petistas do Nordeste se queixam de que o PT paulista, que perdeu relevância na última década, quer retomar o poder a qualquer custo.

A conta é simples: nas eleições deste ano, o PT encolheu em São Paulo e saiu vitorioso no Nordeste. Nomes da região, incluindo ministros e senadores, queriam que o líder do governo na Câmara, o deputado José Guimarães (CE), presidisse a legenda.

Desestimulado por Lula, Guimarães declinou, afirmando que quer centrar esforços na candidatura ao Senado. Ele seria o segundo da família a presidir o PT, uma vez que seu irmão José Genoino liderou o partido no auge do mensalão, substituindo o ex-ministro José Dirceu.

Embora o preferido de Lula seja Edinho, o prefeito de Araraquara amargou uma derrota em sua cidade, sem fazer a sucessão, e tem sido criticado internamente por sua maneira de fazer campanha. Parlamentares e líderes do partido ouvidos pela coluna afirmam que o ministro Padilha tem jogado o peso de sua posição no governo para convencer as lideranças nos estados. E acusam Edinho de ter feito um acordo com Padilha.

O ministro o apoiaria para a presidência do PT e, em 2026, receberia de volta o favor, tornando-se o principal candidato a deputado federal do partido por São Paulo.

Edinho Silva não quis falar sobre o assunto. Disse preferir não se manifestar sobre “assuntos internos ao PT”. Enquanto isso, outros nomes são colocados pelos petistas, que vão do deputado Rui Falcão, ao presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, passando pelos ministros Camilo Santana e Rui Costa.

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