O depoimento do ex-ministro da Previdência Carlos Lupi nesta segunda-feira, 8, era um dos mais esperados da CPI Mista do INSS. Como ele perdeu o cargo em maio deste ano por causa do escândalo, havia a expectativa de que sua presença na comissão seria rica em revelações para a investigação. Não foi isso que aconteceu.

Apesar de algumas perguntas incisivas da oposição, Lupi manteve a postura defensiva nas respostas e controlou o ritmo das primeiras horas da sessão. Até o início da noite, a reunião da CPI prosseguiu sem grandes turbulências.

Aos integrantes da CPI, o ex-ministro disse que não acobertou irregularidades. “Espero que todos os servidores do INSS que foram coniventes com as fraudes sejam presos. Estou neste colegiado como colaborador, fui convidado e não convocado”, disse Lupi no início da sessão. “Nunca tivemos capacidade de dimensionar o tamanho ou volume do que esses criminosos fizeram no INSS. Só foi possível depois da investigação da Polícia Federal. Agora, sim, a gente tem a dimensão que eu não tinha na época”, acrescentou.

Mobilizada para evitar a exploração política do depoimento pela oposição, a bancada do Planalto focou as intervenções na defesa da transparência e da punição dos responsáveis pelos desvios. A oposição centrou as perguntas no fato de que o auge das fraudes ocorreu durante a gestão de Lupi, mas não conseguiu avançar além dessa constatação.

Diante das negativas de Lupi em relação ao conhecimento da fraudes, o presidente da CPI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), afirmou que pode chamá-lo novamente para depor caso encontre contradições em seu depoimento.