Na reunião realizada nesta terça-feira, 9, os líderes partidários decidiram deixar fora da pauta da Câmara desta semana as prioridades do governo e da oposição. Para evitar turbulências nos dias do julgamento no STF do ex-presidente Jair Bolsonaro e do núcleo central da trama golpista, as sessões de plenário serão virtuais.
O presidente Hugo Motta (Republicanos-PB), na reunião de líderes, ele atuou para retirar da pauta tanto a proposta que prevê a anistia ampla para os condenados pelo golpe, pedida pelos bolsonaristas, quanto o projeto que isenta do pagamento de Imposto de Renda as pessoas que ganham menos de R$ 5 mil. Ao ser questionado na Câmara, ele informou que ainda não há data para a votação do IR, apesar de ter indicado o deputado Arthur Lira (PP-AL) para relatar a matéria em plenario. Em relação à anistia, não há data nem previsão de definir um relator.
Com isso, a pauta da Câmara desta semana cuidará principalmente de itens que tratam da segurança pública e do direito dos entregadores de aplicativos.
Essa não é a primeira vez que Motta frustra bolsonaristas que insistem em levar o assunto da anistia para o plenário com o objetivo de beneficiar o ex-presidente. Motta tem resistido desde o início de agosto, quando o assunto virou exigência do motim realizado pelos radicais, que tomaram a mesa diretora da Câmara e o impediram de abrir os trabalhos na Casa.
No caso da anistia, Motta avisou aos bolsonaristas que só decidirá sobre pautar o requerimento de urgência após a conclusão do julgamento. Outra proposta polêmica que ficou de fora da pauta é a que prevê a blindagem de parlamentares de ações policiais ou investigações. No caso do IR, o adiamento da apreciação da matéria se deu em acordo com o governo, que teme votar a proposta em um momento contaminado pelo julgamento de Bolsonaro.