O presidente da Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal), Cristiano Zanin, votou nesta quinta-feira, 11, pela condenação de Jair Bolsonaro e de outros sete réus acusados de integrar o “núcleo 1” da tentativa de golpe de Estado. Com a manifestação, o placar chegou a 4 a 1 contra o ex-presidente e os outros acusados desse grupo.

“Acompanho integralmente o relator Alexandre de Moraes”, declarou Zanin, último dos cinco ministros a se pronunciar no julgamento. Bolsonaro é o primeiro ex-presidente da República brasileiro condenado por crimes contra a democracia.

Antes de declarar o voto, Zanin rejeitou pedidos de nulidade das defesas e rebateu insinuações sobre sua atuação prévia como advogado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele afirmou não ter visto cerceamento no processo e destacou sua experiência em casos complexos: “Aqui todos nós somos juízes, mas temos experiências diversas a partir das nossas carreiras profissionais. E eu me lembro como advogado ter trabalhado com arquivos de 80, de 100 terabytes (…). Então aqui inclusive foi ao meu ver facilitado o trabalho das defesas a partir do encaminhamento integral do material na forma decidida pelo eminente relator.”

Dosimetria
Após o voto de Zanin, Moraes iniciou a apresentação da dosimetria das penas dos condenados. Nessa fase, são avaliadas as circunstâncias agravantes e atenuantes de cada caso, além do tempo das penas. A partir daí, os demais ministros votam e a maioria define o que será fixado na decisão final. Inicialmente prevista para ser anunciada e discutida apenas nesta sexta-feira, 12, último dia do julgamento, essa etapa foi antecipada, como adiantou Zanin ao abrir a sessão.