Terminado o julgamento de Jair Bolsonaro no STF, o foco da política volta para o Congresso. Nesta terça-feira, 16, governo e oposição medem forças na reunião dos líderes na Câmara para definir a pauta do plenário. No centro das tensões estão os projetos que tratam da isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil e da anistia dos condenados pela tentativa de golpe de Estado.
Para o Planalto, a aprovação da regulamentação do IR é o maior desafio do semestre. Uma derrota nessa votação dessa proposta, promessa de campanha, tiraria do governo um dos principais trunfos para a próxima eleição presidencial. Para que tenha efeitos no ano que vem, o projeto precisa ser sancionado até dezembro deste ano.
Lula conta com a capacidade de negociação do deputado Arthur Lira (PP-AL), para aprovar a proposta. Lira é um dos líderes do Centrão e demonstra interesse na agenda da reforma tributária desde quando era presidente da Câmara e comandou a tramitação da PEC (Proposta de Emenda Constitucional) sobre o assunto.
A inclusão da isenção do IR na pauta vai depender do poder de negociação do Planalto e do relator. A cada semana que passa, diminui o tempo para Lula cumprir a promessa.
Tarcísio em Brasília mobiliza aliados de ex-presidente pela anistia
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), chega a Brasília na tarde desta segunda-feira, 15, para continuar as negociações em torno da anistia de Jair Bolsonaro e dos demais condenados por tentativa de golpe de Estado. Com fez há duas semanas, ele deve conversar com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB) e com a cúpula dos partidos do Centrão para tentar incluir a proposta na pauta do plenário.
Embora seja cotado para disputar o Planalto em 2026, Tarcísio atua em favor do perdão do ex-presidente. Como dificilmente Bolsonaro poderá se candidatar, o governador de São Paulo se coloca como o nome mais viável para herdar seus votos no ano que vem.
Empresário desiste de depois na CPI do INSS
O empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “careca do INSS” e apontado pelos investigadores como operador das fraudes em aposentadorias e pensões, desistiu de depor nesta segunda-feira, 15, na CPI Mista do INSS. A desistência aconteceu depois que o ministro do STF André Mendonça desobrigou o empresário de comparecer à comissão. O presidente do colegiado, senador Carlos Viana (Podemos-MG), chegou a confirmar o depoimento nesta manhã, mas depois Antunes, que está preso, comunicou que não iria ao Congresso.
No fim de semana, Viana disse que vai encaminhar ao STF pedidos de delação premiada para testemunhas das irregularidades investigadas pela CPI. Como esse tipo de procedimento não tem previsão em CPIs, o relator propõe a participação da Polícia Federal na condução do acordo.
Como previsto desde a criação, a CPI se transformou em um palco de disputa entre o governo e a oposição. Para o Planalto, a estratégia é mostrar que o governo Bolsonaro não teria tomado providências quando avisado das irregularidades. Do lado da oposição, o objetivo é atacar o governo pela demora nas investigações.
Depois de escrever carta para Trump, Lula embarca para Assembleia Geral da ONU
O presidente Lula embarca para os Estados Unidos no domingo, 21, para participar da Assembleia Geral da ONU. Dois dias depois, o petista faz o discurso de abertura da reunião. Como tem feito em reuniões com líderes estrangeiros, Lula deve defender a agenda multilateral a imposição de tarifas unilaterais pelo governo americano.
No domingo, 14, Lula publicou no jornal New York Times um artigo dirigido a Donald Trump. O texto pede negociação, mas também critica as posições da Casa Branca em relação ao tarifaço, às big techs e ao julgamento de Bolsonaro.