A escalada nas tensões comerciais e políticas com os Estados Unidos levou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a reforçar a atenção na agenda internacional pela abertura de novos mercados para o Mercosul e para os produtos brasileiros. Após a assinatura de acordo com Singapura em dezembro de 2023, o bloco sul-americano ratifica o tratado com a Efta (Associação Europeia de Livre Comércio) — formada por Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein — nesta terça-feira, 16, no Rio de Janeiro, durante encontro de chanceleres presidido pelo ministro Mauro Vieira (Relações Exteriores).
A expectativa do governo brasileiro é que, até o fim de 2025, o bloco sul-americano também referende as negociações com a União Europeia, que trata do tema no Parlamento Europeu. No caso do tratado com a Efta, a previsão é de uma liberalização de 97% das exportações dos dois lados.
O Brasil busca abrir novos mercados para produtos como carne, móveis e calçados, afetados pelas restrições impostas por Donald Trump. O Brasil exportou quase 200 mil toneladas de proteínas para os Estados Unidos em 2024 e 5 mil toneladas para os países do Efta. Na avaliação de auxiliares de Lula, há espaço para um crescimento das exportações brasileiras com a assinatura desse tratado.
Além dos acordos já encaminhados, o Mercosul está em tratativas com Canadá, Emirados Árabes Unidos, Coreia do Sul, Indonésia, Líbano e Vietnã, segundo dados do Mdic (Ministério do Desenvolvimento Indústria Comércio e Serviços). Com canadenses e sul-coreanos, por exemplo, sete rodadas de negociações já foram realizadas.
A ordem de Luiz Inácio Lula da Silva é acelerar todas as tratativas em curso, segundo apurou o PlatôBR, para garantir mais mercados para os produtos brasileiros e dos demais países da região, em meio ao tarifaço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Novas medidas contra o Brasil podem ser anunciadas na próxima semana, afirmou o secretário de Estado americano, Marco Rubio, nesta segunda-feira, 15.