O Brasil bateu recorde histórico em 2024, ao receber 6,7 milhões de turistas estrangeiros — alta de 14,6% em relação ao ano anterior. Mas o saldo na balança de viagens continua no vermelho: enquanto brasileiros deixaram US$ 14,8 bilhões no exterior, os visitantes internacionais gastaram por aqui a metade, US$ 7,3 bilhões.
Para o consultor da presidência da Fecomércio-RJ, o ex-deputado federal Otavio Leite, a chave para virar esse jogo está no tax free, mecanismo que devolve impostos sobre compras realizadas por estrangeiros.
Tema de seu novo livro, “Tax free: Efeitos no consumo, na atratividade turística e no desenvolvimento econômico de um destino (Editora Senac)”, a política é adotada em mais de 50 países e, segundo Leite, “estimula o visitante a consumir mais no território, gerando empregos, divisas e desenvolvimento”.
Leite defende que o modelo brasileiro, já incorporado à reforma tributária, pode ir além: criar um Tax Free Pix, em que o cashback seria creditado em reais numa conta temporária aberta pelo visitante, incentivando-o a gastar o reembolso em solo nacional. “Já inauguramos a conversa com técnicos do Banco Central”, disse à coluna.
Um estudo feito com turistas que visitaram o Rio de Janeiro aponta que 46,5% comprariam mais se o mecanismo estivesse em vigor, o que poderia injetar até R$ 1 bilhão extra na economia fluminense.
“A ideia é que o Rio de Janeiro seja pioneiro, com edital de licitação para escolha da operadora até o fim do ano ”, antecipou Leite.