A CPM Mista do INSS espera ouvir nesta quinta-feira, 25, o depoimento de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS” e apontado como peça-chave do bilionário desvio de recursos dos pagamentos de aposentados e pensionistas. Membros da comissão consideram o depoimento essencial para descobrir outros “lobistas”, entidades e pessoas envolvidas nos descontos ilegais. 

Preso pela PF desde o dia 12 de setembro, Antunes seria um dos principais operadores da sistemática de fraudes e desvios, alvos da Operação Sem Desconto da Polícia Federal. Pelo menos oito entidades sindicais faziam descontos de taxas do dinheiro dos aposentados sem autorização. 

O depoimento do “Careca do INSS” chegou a ser marcado para a semana passada, mas acabou cancelado. O presidente da comissão, senador Carlos Viana (Podemos-MG), diz que o cenário mudou. Antunes deixou de comparecer ao Congresso na primeira vez, após decisão do Supremo Tribunal Federal que lhe deu o direito ao silêncio. “Temos o compromisso do advogado e sabemos do desejo dele de participar. E contamos com a liberação do Supremo Tribunal Federal”, disse Viana.

O investigado pode dar nomes de políticos e de servidores, do governo atual ou de anteriores, acreditam os parlamentares. O grupo ligado a Antunes seria um dos que praticaram desvios com entidades sindicais distintas.

A CPI tenta autorização para obter uma delação premiada inédita do “Careca do INSS”, fechada pela comissão. A PGR (Procuradoria Geral da República) acompanha à distância o pleito e se posicionará contra o acordo, caso as negociações tenham prosseguimento.

Nesta semana, os documentos e dados enviados ao Congresso começaram a ser analisados por técnicos da comissão. No material, mantido sob sigilo, estão documentos de quebras de sigilos fiscal, bancário e telemático da PF, do MPF (Ministério Público Federal), da Receita Federal e do STF.