Faltando um ano para as eleições de 2026, Tarcísio de Freitas (Republicanos) encontrará Jair Bolsonaro nesta segunda-feira, 29, à espera de uma definição. O governador de São Paulo quer saber se, afinal, terá ou não o aval do ex-presidente para encabeçar a chapa da direita que concorrerá ao Palácio do Planalto.
O encontro com Bolsonaro, que está em prisão domiciliar, foi pedido pelo governador e autorizado pelo ministro Alexandre de Moraes logo após a decisão da Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) que condenou o ex-presidente a 27 anos e 3 meses de prisão por crimes relacionados à trama golpista.
Tarcísio e muitos de seus aliados esperavam que a visita ocorresse logo na sequência do pedido, mas Moraes fez questão de deixá-la para duas semanas depois.
Nesse meio tempo, inclusive, o cenário político mudou em alguns aspectos, inclusive em relação ao próprio Tarcísio. Se àquela altura ele faturava entre os bolsonaristas o fato de ter chamado Moraes de “tirano”, agora ele enfrenta turbulências vindas da própria família. Na semana passada, por exemplo, integrantes do clã Bolsonaro se esforçaram para negar notícias de que o ex-presidente já teria decidido apoiá-lo na corrida ao Planalto.
Embora insista em negar publicamente a intenção de ser candidato, o governador é o nome preferido de chefes do Centrão para a disputa presidencial. Para isso, ele teria de abrir mão da chance de se reeleger em São Paulo. Aliados afirmam que Tarcísio prefere esperar não só uma manifestação explícita de Bolsonaro quanto a construção de uma unidade no campo da centro-direita em torno de seu nome.
O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-RJ), que está nos Estados Unidos, é um obstáculo relevante para os planos do governador. Ele tem defendido que o candidato do pai à Presidência tem que ter o sobrenome da família.
Tarcísio de Freitas tem dito que a visita desta segunda é apenas um encontro de amigos. ‘É uma visita que eu vou fazer para uma pessoa que para mim é importante, é especial”, afirmou ele na última sexta, 26.
A posição, no entanto, não convence. Aliados mais próximos defendem a postura mais comedida alegando que ela funciona como um escudo para evitar que Tarcísio sofra uma ofensiva de opositores. Independentemente do caminho que irá tomar, o governador já se tornou alvo de ataques da esquerda.