Na última sexta-feira, 26, o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) e o senador Cid Gomes (PSB-CE) se reencontraram em público depois de longa temporada de afastamento. Os dois participaram da festa Sereia de Ouro, promovida pelo Grupo Verdes Mares, que homenageou o senador Tasso Jereissati (PSDB). O evento reuniu políticos, empresários e lideranças cearenses, e trouxe à tona olhares curiosos sobre o relacionamento entre os irmãos.

Durante a cerimônia, Ciro e Cid trocaram um cumprimento rápido e posaram para foto. Aliados próximos afirmam que não houve conversa significativa, dada a natureza do evento, com grande público e atividades paralelas. “Foi um cumprimento rápido, nada mais”, disse um aliado, sob reserva. Para outros, o gesto pode ser o primeiro sinal de aproximação, deixando no ar o que poderá vir a seguir.

A tensão entre os irmãos se intensificou a partir de 2022, quando Ciro concorreu à Presidência da República pelo PDT e recebeu apoio tímido de Cid e aliados, gerando acusações públicas. Nos anos seguintes, o racha se aprofundou com disputas pelo controle do PDT no Ceará, que provocaram a saída de dezenas de prefeitos, incluindo Ivo Gomes, irmão mais novo e ex-prefeito de Sobral, e desgastaram a relação familiar. No final de 2024, Cid se filiou ao PSB com parte desses prefeitos, provocando críticas duras de Ciro. Indagado pelo PlatôBR, em agosto, sobre a relação com Cid, Ciro foi enfático: “Não tem relação”.

A relação dos irmãos com Tasso Jereissati é antiga. Ciro entrou na política pelas mãos de Tasso, eleito governador do estado em 1986 pelo PMDB (atual MDB). Depois, os dois mudaram para o PSDB e foram aliados em projetos políticos e administrativos. Desde então, tiveram momentos de parceria e divergência, incluindo apoios cruzados em eleições estaduais e federais, mas sempre mantiveram presença central na política do estado.