O avanço de tecnologias de resfriamento sem uso de água, já testadas em data centers de Google e startups no exterior, começa a ganhar escala também no Brasil. Projetos em estados como São Paulo, Bahia, Goiás, Minas e Rio já funcionam com os novos sistemas, que substituem torres evaporativas por mecanismos de precisão acionados por inteligência artificial.
No setor público, data centers de órgãos como Tribunal de Contas da Bahia, do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo, do Serpro-SP e da Universidade Federal de Lavras já operam com a tecnologia.
Fabricantes estrangeiras como Huawei, Schneider e Vertiv oferecem versões da mesma lógica de resfriamento e têm disputado o mercado brasileiro.
Segundo a Agência Internacional de Energia (IEA), data centers podem chegar a consumir até 4% da eletricidade mundial em 2030. Ou seja, trocar água por energia segue sendo um dilema e mesmo os novos sistemas não são totalmente “limpos”. Especialistas apontam que o aumento do gasto elétrico pode neutralizar parte do ganho ambiental.
Outro obstáculo é financeiro. Os projetos com IA e refrigeração de precisão custam até quatro vezes mais que os modelos convencionais.
Por isso, apesar do marketing de sustentabilidade, a expansão ainda é restrita a grandes estruturas, com caixa para bancar os investimentos. Pequenas e médias empresas, avaliam técnicos do setor, dificilmente conseguirão adotar a tecnologia sem incentivos.