O governo tem até a quarta-feira, 8, para aprovar no Congresso a medida provisória nº 1303, editada como alternativa à derrubada do aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). O texto será debatido na comissão especial nesta terça-feira e, se houver acordo, seguirá no mesmo dia para o plenário. Para entrar em vigor, a proposta terá de ser confirmada pelo Senado até o dia seguinte.

A MP prevê um incremento de R$ 10 bilhões em 2025 e de R$ 18,3 bilhões em 2026 nos cofres do governo. Se não for aprovada, a equipe econômica terá de buscar outras fontes de receita para fechar as contas.

O relator da medida provisória, deputado Carlos Zaratini (PT-SP) negocia mudanças no texto com as bancadas para tentar garantir a aprovação. Alguns pontos em debate estão relacionado às alíquotas das LCAs (Letra de Crédito do Agronegócio), das LCIs (Letra de Crédito Imobiliário), das LCDs (Letras de Crédito de Desenvolvimento) e das LIGs (Letras Imobiliárias Garantidas), fixadas em 5% na proposta original do governo.

No fim de semana, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que a MP é muito “abrangente” e que, para ser aprovada, deve ser enxugada pelos deputados. Para não perdera validade, o texto terá de contar com o empenho do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), para ser votado até quarta.

Adulteração por metanol: Câmara vota projeto que torna prática crime hediondo
Motta marcou para essa semana a votação de um projeto de lei que torna crime hediondo a falsificação de alimentos e bebidas. O esforço para aprovar o texto decorre da urgência provocada pelo surto de contaminação por metanol de destilados que atingiu vários estados, com maior incidência em São Paulo.

A crise em torno do etanol motivou uma disputa política entre o governador Tarcísio de Freitas e o Planalto. Pela gravidade do caso, os desdobramentos devem repercutir nas eleições de 2026. Cotado para entrar na corrida presidencial, Tarcísio procura desvincular as ocorrências da atuação de facções criminosas no estado. A Polícia Federal investiga possível participação do PCC nas fraudes em São Paulo e outros estados.

Sabino e Fufuca resistem nos cargos
O União Brasil marcou para a quarta-feira, 8, uma reunião da executiva para discutir a expulsão do ministro Celso Sabino (Turismo), que resiste a deixar o cargo, apesar da determinação do partido de sair do governo. A discussão sobre a situação do ministro foi anunciada no fim de semana pelo governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), pré-candidato a presidente pela oposição.

Sabino tem planos de disputar o Senado pelo Pará e tenta permanecer no cargo por mais tempo. O ultimato dado pela direção partidária se encerrou há duas semanas, mas o ministro posterga a saída, mesmo depois de ter entregue uma carta de demissão a Lula. Parte da bancada federal do União Brasil trabalha pela permanência de Sabino na Esplanada.

Situação parecida vive o ministro André Fufuca (Esportes), filiado ao PP. O presidente do partido, senador Ciro Nogueira (PI) declarou na semana passada que ele deve pedir demissão até esta terça-feira, 7.

Caso não deixe o posto, Fufuca estará sujeito a punições internas. Uma das hipóteses é a perda do comando do partido no Maranhão.

As pressões sobre Sabino e Fufuca fazem parte do jogo político para 2026. A federação formada pelo União Brasil e pelo PP faz oposição ao governo e, por isso, a direção dos dois partidos atua pelo afastamento dos ministros.

Gaza: expectativa de acordo e preocupação com brasileiros presos
O mundo vive a expectativa do início de implementação nesta semana de um acordo de paz entre o governo de Israel e a organização terrorista Hamas, intermediado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. As negociações são feitas no Egito.

O acordo prevê um cessar-fogo, com libertação dos reféns israelenses mantidos na Faixa de Gaza. O Brasil apoia o plano de paz apresentado por Trump.

Para o Itamaraty, a maior urgência nesse conflito está relacionada à prisão na semana passada do grupo de brasileiros que levavam ajuda humanitária. Entre os detidos está a deputada Luizianne Lins (PT-CE). Nesta segunda-feira, 6, diplomatas da embaixada do Brasil em Tel Aviv estiveram pela segunda vez com os presos, que passam bem.