O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem repetido que é candidato à reeleição e, nos últimos meses, acionou o modo campanha. Ele intensificou as viagens por todo país, entregou obras, fez discursos acalorados com citações de realizações de sua gestão e exaltou políticos que terão o seu apoio nos estados e municípios.
Lula também usa os palanques e entrevistas para fazer críticas públicas a possíveis adversários, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que diz ser candidato à reeleição no estado, mas é o nome preferido da direita e do Centrão para enfrentar o petista nas urnas.
As ações de Lula despertam a atenção da oposição desde o início do ano. Em fevereiro, o deputado Ubiratan Sanderson (PL-RS), com apoio do líder da oposição na Câmara, Luciano Zucco (PL-RS), acionou a PGR (Procuradoria-Geral da República) para investigar Lula por propaganda eleitoral antecipada. As causas da reclamação foram pronunciamentos feitos pelo presidente na televisão.
Na época, Lula tentava reverter a drástica queda na popularidade que teve desde o final de 2024. Em janeiro de 2025, o publicitário Sidônio Palmeira tomou posse como ministro da Secom (Secretaria de Comunicação). Ele investiu nos pronunciamentos do presidente para apresentação das “virtudes” do governo.
Popularidade
A melhora dos índices de popularidade de Lula nos últimos meses é atribuída, em grande parte, a essa estratégia de Sidônio. Em 2025, o presidente visitou 20 das 27 unidades da federação em uma intensa agenda de inaugurações, lançamento de programas, anúncios de investimento e entregas de imóveis do Minha Casa, Minha Vida. Essas atividades rendem imagens para as redes sociais e, também, para a campanha na TV no ano que vem.
Fontes do Palácio do Planalto entendem que o presidente não infringe a legislação eleitoral com as viagens e entregas de seu mandato. Alegam que ele precisa prestar contas dos investimentos que o governo tem feito. Invariavelmente, citam que a regra eleitoral não permite “pedir voto” e que isso Lula não teria feito.
Ainda de acordo com auxiliares de Lula, a preocupação com a postura que se deve adotar na campanha, “separando o presidente do candidato”, nas palavras de um interlocutor, serão traduzidas em um documento com normas que devem ser adotadas por todos os servidores do governo no período eleitoral, ou seja, após as convenções partidárias, marcadas para julho, até o dia da votação, em outubro.