O presidente Lula viaja nesta terça-feira, 21, para a Indonésia e a Malásia, com previsão de uma agenda com foco no comércio do Brasil com o Sudeste da Ásia. Existe a possibilidade, também, de que ele se encontre com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Na primeira parada, Lula fará uma visita oficial ao presidente indonésio Prabowo Subianto, que esteve no Brasil em julho. Segue depois para Kuala Lumpur, capital da Malásia, onde ele participa de uma reunião da Asean (Associação de Nações do Sudeste Asiático).
Se for confirmado, o ponto alto da viagem será o encontro com Trump, negociado pela diplomacia do Brasil e dos Estados Unidos. Na semana passada, um passo importante para a reaproximação diplomática e comercial entre os dois países foi dado na reunião em Washington entre o ministro Mauro Vieira (Relações Exteriores) e o secretário de Estado americano, Marco Rubio.
Embora o encontro de Lula com Trump em Kuala Lumpur não esteja confirmado, os dois governos reafirmam a intenção de promover em breve a reunião dos dois presidentes.
Aguardada a Indicação do ministro do STF
A indicação do substituto de Luís Roberto Barroso no STF é aguardada para antes da viagem de Lula à Ásia. O favorito continua sendo o advogado-geral da União, Jorge Messias, mas a demora do presidente em confirmar o nome alimenta especulações sobre a escolha. O concorrente mais forte é o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), apoiado pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) e por uma ala de ministros do Supremo.
Em favor de Messias pesam a proximidade com Lula e o fato de ser evangélico. O presidente busca aproximação com esse segmento religioso e a indicação do advogado-geral da União atenderia a parte desse eleitorado.
Lula trabalhou nos últimos meses para construir a candidatura de Pacheco ao governo de Minas, com o apoio do PT. O quadro político em Minas mudou nos últimos dias, com o anúncio da filiação do vice-governador, Mateus Simões, que era do Novo, no PSD, mesmo partido de Pacheco.
Simões deve assumir o governo no início do ano, com a provável desincompatibilização do do governador do estado, Romeu Zema. Com essa mudança, o atual vice deve disputar o governo no cargo, o que aumenta suas chances nas urnas e, consequentemente, diminui a margem eleitoral de Pacheco. Essa é uma das variáveis que deve ser levada em conta por Lula na definição do nome para o STF.
Primeira Turma retoma julgamento da trama golpista
A Primeira Turma do STF retoma nesta terça-feira, 21, o julgamento do “núcleo 4” dos réus da trama golpista, formado por acusados de propagarem as fake news contra as urnas eletrônicas e de pressionarem os comandantes do Exército e da Aeronáutica a aderirem ao golpe de Estado. O relator do processo, Alexandre de Moraes, deve pedir a condenação dos acusados. As maiores dúvidas giram em torno do voto do ministro Luiz Fux, que divergiu da maioria na condenação de Bolsonaro e dos demais réus do grupo principal da tentativa de golpe. Se o voto de Fux for resumido, a previsão é de que o julgamento seja encerrado na própria terça.
Governo negocia LDO e busca recursos para tapar rombo
Ainda não está certa a votação esta semana da LDO (Lei das Diretrizes Orçamentárias) de 2026. O governo ainda busca recursos para tapar o rombo aberto nas contas deste ano e do ano que vem com a derrubada da medida provisória que tributava as aplicações financeiras. Na semana passada, o ministro Fernando Haddad (Fazenda) pediu o adiamento da votação por ainda não ter conseguido solucionar a falta de receita.
Uma das alternativas estudadas pela equipe econômica é a aprovação de dois projetos em tramitação na Câmara que tratam da revisão dos benefícios fiscais. Uma das propostas foi apresentada pelo líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), e outra tem como autor o senador Espiridião Amin (PP-SC). O governo conta com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB) para acelerar a tramitação desses dois projetos.
