Cassado pelo TSE em maio de 2023, Deltan Dallagnol deixou o Podemos, filiou-se ao Partido Novo em setembro daquele ano e passou a ser remunerado mensalmente pelo partido. Desde outubro de 2023 até agora, conforme dados da prestação de contas à Justiça Eleitoral, o ex-procurador da Lava Jato e ex-deputado recebeu do Novo R$ 795,3 mil reais no total. Ele é cotado à disputa pelo Senado no Paraná em 2026.

Entre 2023 e 2024, os pagamentos do Novo a Deltan foram feitos a título de salários e ordenados de dirigente partidário, no valor de R$ 30,4 mil mensais. No primeiro ano, de outubro a novembro, ele recebeu R$ 89,7 mil ao todo. No segundo ano, R$ 365,6 mil no total, de janeiro a dezembro.

A partir de janeiro 2025, os salários de dirigente partidário de Deltan Dallagnol foram substituídos por um contrato de prestação de serviços assinado pelo Novo com uma empresa do ex-deputado, a Comply Aperfeiçoamento Profissional e Pessoal. Ele tem como sócios na firma a própria esposa, Fernanda Ribeiro Dallagnol, e os três filhos, todos menores.

Por R$ 42,5 mil mensais, o acordo previa uma atuação que incluía palestras e aulas na “Academia do amanhã”, um “curso de formação com grandes nomes da direita brasileira”, como diz o partido.

O contrato, que vigoraria por prazo indeterminado, foi encerrado há um mês, em 26 de setembro. Até ali, a contratação rendeu a Deltan R$ 340 mil no total.

A coluna perguntou ao Novo e ao presidente do partido, Eduardo Ribeiro, os motivos pelos quais a sigla passou a pagar Deltan Dallagnol por meio do contrato com uma empresa dele. O partido também foi questionado sobre as razões para o encerramento desse contrato. Não houve resposta às perguntas. A coluna procurou Deltan Dallagnol, mas não teve retorno.