A bioeconomia já entrou de vez no radar da indústria brasileira, mas por razões mais pragmáticas do que ideológicas. Pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgada nesta quarta-feira, 5, mostra que 70% dos empresários consideram o tema essencial para o futuro do setor, e mais de 80% defendem o uso sustentável da biodiversidade como ativo estratégico.
Por trás do discurso verde, porém, o que tem movido as empresas é o custo. O levantamento revela que o principal estímulo à adoção de práticas sustentáveis é o preço competitivo das fontes renováveis, à frente de incentivos fiscais e metas ambientais.
A pesquisa, feita pelo Instituto Nexus com mil indústrias de todos os portes, também aponta que 48% das companhias já têm área formal de sustentabilidade, sete pontos a mais do que no ano passado. O avanço é mais expressivo entre as médias e grandes companhias.
Os maiores entraves deixaram de ser financeiros. Hoje, o setor cita falta de incentivos públicos, carência de mão de obra qualificada e incerteza regulatória como os principais obstáculos à expansão da bioeconomia. Há também preocupação com as barreiras jurídicas ao uso da biodiversidade em larga escala, da burocracia à dificuldade de harmonizar regras nacionais e tratados internacionais.
