Um levantamento inédito feito pela Agência Bori, em parceria com a base internacional Overton, identificou 107 pesquisadores brasileiros com pelo menos 150 citações cada em documentos estratégicos, relatórios técnicos e pareceres usados por governos e organismos internacionais desde 2019 até julho de 2025. A Bori é uma agência de notícias que conecta jornalistas brasileiros a pesquisas e pesquisadores científicos.
A Universidade de São Paulo (USP) aparece como a instituição com o maior número de cientistas influentes — 22 nomes, quase um quarto da lista. Já a Universidade Federal de Pelotas (UFPel) emplaca três dos cinco primeiros colocados no ranking geral. No topo, estão Cesar Victora (UFPel), seguido por Carlos Monteiro (USP), Aluísio Barros (UFPel), Paulo Saldiva (USP) e Pedro Hallal (UFPel). Todos atuam na área da saúde e acumulam mais de 5,5 mil citações em documentos ligados a políticas públicas.
O estudo também evidencia a desigualdade de gênero: apenas 10 mulheres, o equivalente a 9,3% do total, figuram entre os 107 nomes. As maiores presenças femininas estão em alimentação, nutrição, economia e finanças. Mas, em áreas como clima, energia e políticas públicas, não há mulheres listadas.
Entre os temas mais recorrentes nas citações, lideram ecossistemas e uso da terra (37 pesquisadores), doenças infecciosas e vacinas (22) e clima e atmosfera (19).
O relatório mostra ainda o peso da ciência brasileira em políticas globais de clima. Brasileiros figuram entre os 50 pesquisadores mais citados em documentos relacionados ao Objetivos do Desenvolvimento Sustentável 13, ação contra a mudança global do clima, acumulando mais de 7.600 menções.
Dentre os nomes proeminentes, estão: Paulo Artaxo (USP), Micheline de Sousa Zanotti Stagliorio Coêlho (USP), Bernardo Strassburg (PUC-Rio), Mercedes Bustamante (UnB) e Roberto Schaeffer (UFRJ).
